A mariologia de São Francisco de Sales

Na base da devoção e da espiritualidade marianas de Francisco de Sales, há dois princípios teológicos muito claros:

Maria é infinitamente inferior a Deus e ao Verbo encarnado, a Jesus. Ela não é mais do que uma criatura, mas, ao mesmo tempo, é extremadamente superior a qualquer criatura, incluídos os anjos e os santos. É a Mãe de Deus e, portanto, inigualável a todos os demais seres criados. A escolha de Deus e sua incomparável vocação para ser a Mãe de seu Filho a situam num lugar único na vida da Igreja[4].

Segundo o Santo, “a Santíssima Virgem é a colmeia mística na qual o Espírito Santo e o Pai prepararam o favo do mais doce mel, Jesus Cristo”[5]. Tendo em vista a sua missão, o Altíssimo preparou a Virgem de Nazaré e pediu o seu consentimento. Maria Santíssima aceitou e amou o divino Infante desde o seu ventre, no Seu nascimento em Belém, no seu crescimento, na vida escondida em Nazaré e, quando Jesus Cristo começou sua vida pública, fez-se sua mais fiel discípula.

Mas, foi no Calvário, o monte daqueles que amam, que a Virgem Maria amou seu divino Filho de modo ainda mais especial. Pois, amava-O mais do que ninguém e, por isso, “foi mais do que ninguém atravessada pela espada de dor. A dor do Filho foi uma espada cortante que traspassou o coração da mãe, cujo coração estava unido ao Filho com ligação tão perfeita, que ninguém poderia ferir a um sem ferir em seguida ao outro”. Realmente, “se esta mãe vivia a vida de seu Filho, morreu também da morte de seu Filho. Pois, assim como é a vida, assim é a morte”[6]. (via Todo de Maria)