terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Nostalgia do Paraíso

AUTOR: IR. PATRÍCIA VICTORIA JORGE VILLEGAS, EP (via Arautos do Evangelho)

A culinária foi uma das muitas artes desenvolvidas pela Civilização Cristã, para sublimar uma necessidade física do homem. No entanto, pode um alimento ter influência nas almas?
Deus é eterno e para Ele não existe o tempo. Ao admirar a obra dos seis dias – podemos imaginar -, o Divino Artífice considerou não apenas tudo o que acabara de criar, mas também as maravilhas a serem feitas pelos homens ao longo dos séculos. Quis Ele tornar Adão e seus descendentes partícipes da criação, dando-lhes inteligência e talento para, de alguma forma, completá-la por meio de sua arte e engenho.
Tomemos, por exemplo, o chocolate. Quem, ao comer um ótimo bombom não sente bem-estar, alegria e ânimo? Depois de um dia de árduo trabalho, um pouco de chocolate amargo ajuda a recuperar da fadiga e do desgaste emocional, pelas comprovadas propriedades energéticas do cacau, além de fazer bem para a saúde por causa dos flavonoides e outras substâncias benéficas que ele contém.
No entanto, pode um alimento ter influência nas almas? Há no chocolate algo de especial para ele fazer parte da austera vida monástica, a ponto de haver em alguns conventos espaço para uma chocolataria, onde esta iguaria é produzida e degustada?
Sendo o homem composto de corpo e alma, é indispensável o físico auxiliar o espiritual. Assim como quando contemplamos um belo panorama marítimo nossos sentidos se deleitam com o movimento das ondas, a evolução dos peixes e gaivotas, o azul das águas, e depois nosso espírito se enche de considerações sobrenaturais a respeito do que contemplamos, de forma análoga, quando tomamos algum alimento ele causa certo efeito em nossa alma.
Por isso, ao entramos numa confeitaria e saborearmos uma trufa ou um éclair de chocolate, nosso espírito se predispõe subconscientemente, pelo deleite do paladar, a amar a perfeição em todas as coisas, de acordo com as palavras do Divino Mestre: “Sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 48).
Deste modo, além do bem-estar que um chocolate de qualidade produz em nosso organismo, ele pode nos ajudar a lembrar da vida eterna e, em consequência, trazer uma nostalgia do Paraíso perdido: se formos santos nesta Terra, quantas maravilhas muitíssimo superiores a um apurado éclair ou a requintados bombons de licor, gianduia ou praline poderemos degustar no Céu? Pois se são as obras humanas e terrenas tão aprazíveis, como serão as celestes?

Estamos aqui de passagem e devemos saber usar as mínimas oportunidades – como provar um chocolate… – para transcender ao mundo sobrenatural. Peçamos a Nossa Senhora que nos ajude a elevar nossos corações às grandezas que nos esperam no Céu onde, junto com os Anjos e os Bem-aventurados, gozaremos da felicidade eterna. (Revista Arautos do Evangelho, Abril/2016, n. 172, p. 50-51)

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