Posted: Zenit 22 Mar 2017 10:46 AM PDT
Ciclo A – Textos: 1 Samuel 16, 1. 6-7.10-13; Efésios 5, 8-14; João 9, 1-41
P. Antonio Rivero, L.C. Doutor em Teologia Espiritual, professor e diretor espiritual no Centro de Noviciado e Humanidades clássicas da Legião de Cristo em Monterrey (México).
Idéia principal: A cegueira do corpo e a cegueira da alma. Cristo é a luz para ver.
Resumo da mensagem:
No seu encontro com a samaritana, Jesus nos falou do mistério da vida
sobrenatural por meio do símbolo da água (domingo passado). Hoje nos
fala da vitória da luz divina sobre as trevas do pecado por meio do
símbolo da doença e da cegueira (evangelho). Somente assim, curados da cegueira,
viveremos como filhos da luz e daremos frutos de luz: bondade, justiça,
pureza, caridade e verdade (segunda leitura). Somente assim
conservaremos a unção do nosso batismo, com a qual Deus nos fez
participar da sua graça e abriu os nossos olhos à sua luz, nos librando
da cegueira (primeira leitura)
Em primeiro lugar, a Quaresma é uma chamada para fazer uma boa confissão dos nossos pecados, pois eles são a causa da nossa cegueira
espiritual. O pecado nubla e ofusca a nossa mente, mancha e prostitui a
nossa afetividade, debilita a nossa vontade. E assim adoecemos de cegueira
espiritual, de apatia anímica e de depressão, como este cego de
nascença (evangelho), que estava jogado fora do templo pedindo esmola.
Jesus exige que nos aproximemos d’Ele com fé, que gritemos com confiança
e que obedeçamos quando nos mande descer para nos banhar na piscina de
Siloé da confissão. Este cego, já curado da cegueira,
tem um processo de visão impressionante: primeiro confessa Jesus como
“este homem”; depois o reconhece como profeta; e, finalmente, como Deus.
Se abriu ao dom da fé que Jesus lhe ofereceu.
Em segundo lugar,
Jesus apresenta a sua missão salvífica como um dramático conflito entre
a luz e as trevas. O mundo malvado se esforça para apagar a Luz de
Cristo, porque os homens que o integram preferem as trevas à luz, já que
as suas obras são más. A hora da paixão, que vivemos na Semana Santa é a
“hora das trevas” por excelência. Nós temos que ser filhos da luz, e
por isso, caminhar na luz (segunda leitura). Temos que achegar-nos a
essa piscina de Siloé que é a confissão, para que Cristo nos cure da cegueira
espiritual, que nos impede de ver as coisas da perspectiva de Deus e
como Deus as vê. Só os fariseus de coração continuarão cegos, porque não
querem aceitar Jesus. Altivos, não quiseram deixar-se iluminar por
Jesus. Creiam que viam, que possuíam o reto conhecimento de Deus; mas na
realidade, fecharam os olhos à luz, que é Cristo; vão à sua perdição.
Ao contrário, o cego, imagem do homem simples e reto, se abre à fé,
recuperando a vista. Assim, reconhece Jesus como salvador, e se salva.
Finalmente,
cada um de nós deve se aproximar de Cristo Luz, que quer iluminar a
nossa vida, a nossa alma, os nossos projetos, as nossas empresas. Cristo
deseja me curar da minha hipermetropia, da minha presbiopia, da minha
miopia, do meu daltonismo. Somente devo me aproximar da confissão,
confessar os meus pecados, aceitar o seu perdão e sair com uma vida
nova, com os olhos curados. “Não existe pior cego do que aquele que não
quer ver”.
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