Vamos encontrar belas respostas a essa pergunta em dois santos que amaram, desejaram para si e praticaram a correção evangélica.
São Josemaria Escrivá aconselhava:
– <<Quando é preciso corrigir, deve-se atuar com clareza e amabilidade, sem excluir um sorriso nos lábios, se for oportuno. Nunca – ou muito raras vezes – aos berros (Sulco, n. 823).
– <<Quando tiveres de corrigir, faze-o com caridade, no momento oportuno, sem humilhar… e com vontade de aprender e de melhorares tu mesmo naquilo que corriges>> (Forja, n. 455).
Como é importante o “momento oportuno”! Nem na hora – quando a coisa está quente -, nem atrasando a correção para um “depois” que não chega nunca.
– a delicadeza – como sempre lembrava esse santo – pede corrigir sempre a sós (cg. Mt 18,15), nunca em público; e fazê-lo num lugar isolado e discreto, no momento psicológico que se veja melhor. Neste sentido, São Josemaria aconselhava <<Não repreendas quando sentes a indignação pela falta cometida. – Espera pelo dia seguinte, ou mais tempo ainda. – E depois, tranquilo e com a intenção purificada, não deixes de repreender>> (Caminho, n. 10).
– Outro texto, dirigido aos pastores da Igreja, mas aplicável a todos, completa os anteriores: <<Governar, muitas vezes, consiste em saber “ir puxando” pelas pessoas, com paciência e carinho>> (Sulco, n. 405). São Josemaria sempre aconselhava a não se afobar depois de uma correção querendo ver logo os “resultados”, mas a ter paciência, dar tempo ao tempo e continuar ajudando pouco a pouco com carinho.
– Tanto valor dava à prática evangélica da correção fraterna, que escrevia: <<O exercício da correção fraterna é a melhor maneira de ajudar, depois da oração do bom exemplo>> (Forja, n. 641).
São João Bosco:
O grande educador que, com a graça divina, soube tirar santidade do barro, aconselhava assim a seus discípulos, com palavras aplicáveis sobretudo à correção das crianças:
<<Quantas vezes, meus filhinhos, no longo curso da minha vida, tive que me persuadir desta grande verdade: é mais fácil encolerizar-se do que aguentar; ameaçar a criança do que persuadi-la; direi mesmo, mais cômodo para nossa impaciência e soberba impor castigos aos obstinados do que corrigi-los, tolerando-os com firmeza e suavidade […]
>>É muito difícil, ao punir, manter o domínio sobre si, mas tão necessário para que não surja a dúvida de agirmos por autoritarismo ou exaltado nervosismo […]
>>Não haja agitação na mente, nem desprezo no olhar, nem injúria na boca, mas misericórdia no momento presente, esperança do futuro, como convém a pais que de verdade se empenham em corrigir e emendar. É melhor nas situações gravíssimas rogar, súplice e humildemente a Deus, do que fazer correr um rio de palavras que ofendem os ouvintes, sem nenhum proveito para os culpados.>> (Epistolário, IV, 201-203).
Retirado do livro: Tornar a Vida Amável, Francisco Faus
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