Título: Diário de uma
amizade – A família Półtawski e Karol Wojtyła
Autora: Wanda Półtawska
Coleção: Avulso
Acabamento: Costurado
Formato: 15 cm x 22 cm
Páginas: 512
Áreas de interesse: Espiritualidade, Pastoral, Catequese e Liturgia, Psicologia e áreas afins
Coleção: Avulso
Acabamento: Costurado
Formato: 15 cm x 22 cm
Páginas: 512
Áreas de interesse: Espiritualidade, Pastoral, Catequese e Liturgia, Psicologia e áreas afins
Ele a chamava de “Dusia”. Ela o
intitulava “Irmão”.. Duas vidas, duas pessoas, dois destinos, mas uma união na
qual prevaleceram a amizade pura, a cumplicidade, o carinho e o respeito
mútuos. EmDiário de uma amizade – A família Półtawski e Karol Wojtyła,
da PAULUS, Wanda Półtawska torna pública a sua fraterna relação com um jovem
sacerdote que anos depois se tornaria papa João Paulo II.
A obra foi lançada originalmente em
2009, na Polônia, com o título Beskidzkie rekolekcje. Em 2010, foi publicada na
versão italiana, com o título Diário di un’amicizia – La famiglia Półtawski e
Karol Wojtyła. Finalmente, em 2011, o livro que apresenta as lembranças da
médica polonesa e as cartas trocadas com o Santo Padre ao longo de sua vida
chegou ao Brasil.
A autora conta que viveu horrores no
campo de concentração de Ravensbrück, localizado na antiga Alemanha Oriental,
sendo submetida pelos médicos nazistas a uma cirurgia com fins experimentais e
a pesados sofrimentos físicos. Depois de muitas atrocidades e com a derrota da
Alemanha ela pôde, enfim, regressar à Polônia. Porém, não conseguia encontrar
para si um lugar tranquilo no mundo e, profundamente marcada por essa
experiência, dedicou-se à medicina e à psiquiatria com o objetivo de decifrar o
porquê de os homens serem capazes de tamanha selvageria.
Casada e com muitos afazeres por
conta da profissão, Wanda relata que não alcançava a paz interior; a vida
familiar e profissional não lhe bastava. Procurava alguém que a entendesse e
ajudasse, até que, naquela busca incessante, deparou-se com a figura de um
padre: Karol Wojtyła. “Não aconteceu nada de extraordinário, mas o modo de
tratar, o tom e aquilo que ele disse atingiram o alvo e corresponderam àquilo
de que eu necessitava. Tive imediatamente a certeza de que voltaria àquele
sacerdote, pois me compreendia. Lembro-me daquela incrível sensação de alívio
pelo fato de que existia alguém que finalmente me compreendia, após tantos
encontros com várias pessoas, muitas vezes cheias de boa vontade, mas que não
compreendiam coisa alguma. Finalmente aquela alegria, talvez ainda não alegria,
mas certamente alívio e paz.” Daí em diante, o então padre Wojtyła tornou-se
seu confessor e diretor espiritual.
Desde o início da amizade, a médica
polonesa escrevia seus pensamentos ao padre, pois, juntos, tinham o costume de
meditar pela manhã, após a missa. Karol Wojtyła escolhia um texto sobre o qual
refletiam ao longo do dia, e à tarde discutiam-no. Quando não era possível se
reunirem, o sacerdote anotava os textos destinados para cada dia e ela
descrevia aquilo que pensava sobre o assunto, para depois entregar-lhe.
Tais pensamentos, que retratam
diversos períodos da vida da autora, estão agora disponibilizados neste livro.
Entre esses momentos, a descoberta de um câncer gravíssimo, praticamente sem
chance de cura, e o medo de deixar Andrzej, seu marido, e suas quatro filhas
pequenas. Além da angústia vivida, Wanda também divide com o leitor a carta de
Karol Wojtyła na qual ele pede a Padre Pio (canonizado pelo papa João Paulo II)
sua intercessão para o caso da doença e, em seguida, a carta de agradecimento
pela cura milagrosa da amiga, antes mesmo da cirurgia.
As páginas também demonstram a
alegria e a emoção da autora, em 16 de outubro de 1978, ao saber que o cardeal
Wojtyła se tornara papa, bem como sua preocupação em retribuir a Deus a graça
de tê-lo como irmão. Já na segunda parte do livro, Wanda reúne lembranças sobre
os montes Beskides. Trata-se de textos escritos a pedido do Santo Padre a
respeito desse pedaço de terra da Polônia, onde ela e a família estiveram
inúmeras vezes em retiros liderados por Wojtyła. “Ele partiu desse local em 7
de agosto de 1978, para não mais voltar. Partiu com desgosto: sabia que não
teria voltado; nós também o sabíamos. Mas eu voltei e ainda volto. Ele sabia
que eu voltaria e me disse: ‘Se estiveres lá, nunca estarás sozinha, eu aí
estarei sempre’. Tinha saudades daquele lugar, o recordava, e, sempre que eu ia
a Roma, ele me perguntava praticamente de todas as árvores”, relembra a autora.
O presente livro, que ainda conta com
as palavras de Józef Michalik, arcebispo de Przemyśl (Polônia), não foi
programado e nem escrito com o intuito de ser impresso. Wanda hesitava em
publicar suas memórias, porém ela recebeu uma resposta de seu confessor que a
incentivou: “As vicissitudes de um santo pertencem ao povo, não são propriedade
privada; pertencem à Igreja”.
Lidos e aprovados pelo papa João
Paulo II – que, durante um almoço na presença de Józef Michalik, disse a Wanda:
“Deves escrever as tuas memórias” –, os textos da obra Diário de uma amizade – A família Półtawski e Karol Wojtyła apontam
que a direção espiritual e a proximidade pessoal do sacerdote permitiram à
autora compreender o sentido da vida, pelo qual clamava o seu coração, além de
mostrar como o amor respeitoso de Wanda e de sua família para com o Santo Padre
pôde ajudá-lo também em sua caminhada na fé.
Wanda Półtawska nasceu
no dia 2 de outubro de 1921 em Lublin. Durante a ocupação alemã, foi presa pela
Gestapo e confinada no campo de concentração de Ravensbrück, onde foi submetida
a cruéis experimentos por parte dos médicos nazistas. Após a derrota dos alemães,
pôde regressar à Polônia, onde se casou com Andrzej Póltawski, do qual teve
quatro filhas. Médica bem-sucedida, atou amizade com o jovem sacerdote Karol
Wojtyła. Em 1961, publicou o volume E tenho medo de meus sonhos, no qual narra
a sua vida no campo de concentração de Ravensbrück. Diário de uma amizade é
fruto da longa amizade com Karol Wojtyła, que continuou também quando ele se
tornou papa João Paulo II.
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