terça-feira, 3 de novembro de 2015

Fala uma avó: “Deus não só é bom, mas misericordioso”

Dia dos avós: “Deus não só é bom, mas misericordioso”

altVimos partilhar com nossos leitores este lindo testemunho da senhora Hyde Flávia, coordenadora nacional do Ministério para as Crianças, mas, primeiramente, avó da Gabriela.
Leia a seguir o testemunho na íntegra desta avó guerreira e temente a Deus:
“Meus pensamentos não são os vossos pensamentos, vossos caminhos não são os meus - oráculo do Senhor” (Is 55, 7).
Grandes desafios a fé nos remete. Não se trata de tentar entender ou aceitar os desígnios de Deus, mas de manter a paz e a esperança diante do inesperado. Diante de uma realidade não sonhada, das surpresas distantes do esperado, como viver a esperança?
São situações em que você se sente como Maria e José. Imaginem a cena: Maria foi visitar sua prima, Isabel, e José, carpinteiro, se preparando para o casamento de seus sonhos. Imaginem tudo o que é possível sonhar. Imaginem a alegria ao receber a notícia de que Maria estava voltando. Imaginem a expectativa. Imaginem o reencontro. Agora, era preciso José trocar seus sonhos pelos sonhos de Deus. Imaginem Maria tendo que dar a luz a um filho numa cidade estranha, longe de seus familiares e, na sequência, tendo que fugir para o Egito protegendo a criança de soldados bem treinados em cumprir ordens. Paz na adversidade é possível?
Foi meditando estas realidades nada românticas que encontrei consolo em Deus quando minha neta, aos nove meses, sofreu um acidente e passou a ter paralisia cerebral. Engatinhava no chão, quando achou um grão de feijão cru, o aspirou e o grão obstruiu o oxigênio que o cérebro necessitava. Como pode um grão de feijão causar tanto dano, desfazer tantos sonhos?
Dor, sofrimento e notícias nada agradáveis. Tudo junto. Minha neta mora no Pará, em um local sem recursos. Foi transferida em avião UTI para Belém, que não tinha profissionais para atendê-la, pois era final de semana. Na segunda-feira, o médico chega, mas o anestesista, não. Na terça, precisou operar, pois o grão inchou e soltava substancias tóxicas e sofreu infecção hospitalar e longe de casa... e a noticias eram: o quadro se agravou.

Que menina valente, sobreviveu!
Ela sobreviveu, mas a fé da avó ficou muito abalada. Minha oração era assim: Deus é bom. Deus é bom. Me perguntavam como ela estava e eu só conseguia dizer: Deus é bom. Não estava tentando convencer as pessoas, mas a mim mesma.
Imaginem, tinha acabado de dizer SIM para o chamado de evangelizar as crianças de todo o Brasil e ver minha única neta nesta situação?
Descobrir a bondade de Deus na adversidade é uma grande graça. Deus não só é bom, mas misericordioso. Hora nenhuma faltou Sua mão poderosa. Meu filho já não ia à Igreja. Ainda em Belém, enquanto esperava a hora de entrar no CTI, encontrou um povo fiel da RCC que rezava numa Igreja perto do hospital e lá o amor de Maria o alcançou.
Ter um Deus que é capaz de tirar do mal um bem (Gn 50, 20-21) e que dá sentido até ao sofrimento (At 2, 22-36) é uma grande graça. O Senhor, a cada dia, cuidou das feridas. Várias vezes experimentei a graça da oração de Tomé: Tomé põe teu dedo aqui e olha as minhas mãos (Jo 20,27). Ver as feridas serem transformadas em estigmas que não doem mais, é uma grande graça. Por suas feridas fomos curados.
Domingo, dia 18 de julho de 2015, minha neta fez a Primeira Eucaristia. Olhar para ela comungando é uma grande graça. Sua alegria, sua presença nos faz entender que há pessoas que nascem para aprender, outras para ensinar.
Ah, me esqueci de dizer o nome de minha neta. Ela se chama Gabriela, a mensageira de Deus”.
Hyde Flávia
Avó da Gabriela
RCC
http://www.rccbrasil.org.br/espiritualidade-e-formacao/testemunho.html

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