O projeto de lei do Estatuto da Família foi aprovado em uma comissão especial da Câmara Federal? Qual é a sua função? O projeto de lei 6583/13, é um conjunto de 15 artigos que “institui o Estatuto da Família e dispõe sobre os direitos da família, e as diretrizes das políticas públicas voltadas para valorização e apoiamento à entidade familiar”.
O Projeto apresenta no artigo 2º, a
definição de família: “define-se entidade familiar como o núcleo social
formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de
casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer
dos pais e seus descendentes”.
Isto está de acordo com o que reza a
Constituição Federal de 1988, mas vai de encontro a uma decisão absurda
do Supremo Tribunal Federal brasileiro de 2011; pois, o art. 266 da
Constituição reconhece “a união estável entre o homem e a mulher” e “a
comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes” como
família. A regulamentação do artigo, sancionada em 1996, manteve os
termos.
No entanto, em 2011, de maneira
incoerente, violando inclusive as atribuições do Congresso Nacional, os
ministros do STF reconheceram por unanimidade a união entre pessoas do
mesmo sexo como família, igualando direitos e deveres de casais
heterossexuais e homossexuais. E, em 2013, o CNJ (Conselho Nacional de
Justiça) regulamentou a união homo afetiva por meio de resolução que
obriga os cartórios a realizar o casamento civil entre pessoas do mesmo
sexo. Foi uma violência contra a Constituição e um desrespeito ao povo
brasileiro, especialmente contra os cristãos.
O que o Estatuto aprovado na Comissão da
Câmara Federal dispõe, é que não se pode dar direitos ligais de família
a uma entidade que não seja família, de acordo com o que diz o artigo
226 da Constituição; por exemplo, o direito a licença-maternidade,
pensão, INSS.
Assista também: Qual é a vontade de Deus para as famílias?
Para se tornar lei, o Estatuto da
Família ainda precisa percorrer um longo caminho, e por isso é preciso
que os cristãos se mobilizem em defesa de aprovação do Estatuto. A
proposta foi aprovada por uma comissão especial da Câmara Federal, mas
os deputados ainda precisam avaliar quatro destaques para só então a
matéria ser encaminhada ao plenário da Casa. Ainda não há previsão para
isso ser feito.
Se não for aprovado pela maioria no
plenário, a matéria é arquivada. Caso contrário, segue apara apreciação
do Senado, que, se propuser mudanças, obriga a volta do estatuto para
votação na Câmara.
Após ser aprovado no Senado e, se for o
caso, novamente na Câmara, o projeto será analisado pela presidente
Dilma Rousseff (PT), que pode sancionar e transformar em lei ou vetar a
proposta parcial ou totalmente. Nos últimos dois casos, a proposta volta
para o Congresso, para ser analisado em sessão conjunta entre Câmara
dos Deputados e Senado Federal, que tomarão a decisão final.
Depois que se tornar lei, o estatuto
ainda terá de enfrentar uma batalha no STF, que, se for provocado, vai
avaliar a inconstitucionalidade da matéria já que, em 2011, o tribunal
reconheceu a igualdade de direitos e deveres entre casais do mesmo sexo
ou de sexo diferentes.
Deus criou a família como a união de um
homem com uma mulher. “Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma
ajuda que lhe seja adequada” (Gen 2,18). Depois de ter criado a mulher
“da costela do homem” (v. 21), a levou para ele. Este, ao vê-la,
suspirou de alegria: “Eis agora aqui, disse o homem, o osso dos meus
ossos e a carne da minha carne; ela se chamará mulher…” (v. 23). “O
homem deixa a casa do seu pai, se une a sua mulher, e serei um só carne”
(Gen 2,24). Esse era o plano de Deus quando “criou o homem… criou-o
homem e mulher” (Gen 1,27).
Outras entidades são “família
alternativa”, podem até receber um nome, mas que não seja “família” e
que pretenda ter os direitos legais da família; não tem a bênção do
Criador. Deus disse ao casal: “Crescei, multiplicai, e dominai a terra”
(Gen 1,28). Como um par de pessoas do mesmo sexo pode se multiplicar? A
humanidade existe e subsiste por que a família nasce de um homem unido a
uma mulher.
O nosso Catecismo diz que a família é “a
célula originária da vida social”. “É a sociedade natural na qual o
homem e a mulher são chamados ao dom de si no amor e no dom da vida”.
(n. 2207).
Jesus repetiu aos fariseus e doutores da
lei: “Não lestes que o Criador, no começo, fez o homem e a mulher e
disse: Por isso o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua
mulher, e os dois formarão uma só carne?” (Mt 19,6). Tudo isto mostra
como Deus está implicado nesta união absoluta do homem com a mulher, de
onde vai surgir, então, a família. Por isso não há poder humano que
possa eliminar o que Deus estabeleceu. E cabe a todo cristão lutar junto
aos deputados e senadores para que a lei de Deus não seja calçada aos
pés pela Nação.
“Feliz a Nação cujo Deus é o Senhor!”
Prof. Felipe Aquino
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