Se
não fosse a Igreja Católica, não existiria a Bíblia como a temos hoje,
com os 72 livros canônicos, isto é, inspirados pelo Espírito Santo.
“Foi a Tradição apostólica que fez a
Igreja discernir que escritos deviam ser enumerados na lista dos Livros
Sagrados” (Dei Verbum 8).
Portanto, sem a Tradição da Igreja não
teríamos a Bíblia. Santo Agostinho dizia: “Eu não acreditaria no
Evangelho, se a isso não me levasse a autoridade da Igreja
Católica”(CIC,119).
Por que a Bíblia católica é diferente da protestante?
Esta tem apenas 66 livros porque Lutero
e, principalmente os seus seguidores, rejeitaram os livros de Tobias,
Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico (ou Sirácida), 1 e 2 Macabeus,
além de Ester 10,4-16; Daniel 3,24-20; 13-14.
No ano 100 o Sínodo de Jâmnia (ou Jabnes):
(1) deveria ter sido escrito na Terra Santa;
(2) escrito somente em hebraico, nem aramaico e nem grego;
(3) escrito antes de Esdras (455-428 a.C.);
(4) sem contradição com a Torá ou lei de Moisés.
Versão dos Setenta: Alexandria – 200
anos antes de Cristo, incluiu os livros que os judeus de Jâmnia, por
critérios nacionalistas, rejeitaram. Havia então no início do
Cristianismo duas Bíblias judaicas: uma da Palestina (restrita) e a
Alexandrina (completa – Versão dos LXX).
Os Apóstolos e Evangelistas optaram pela
Bíblia completa dos Setenta (Alexandrina), considerando canônicos os
livros rejeitados em Jâmnia.
Leia também: Como ler e entender a Bíblia?
Das 350 citações do Antigo Testamento
que há no Novo, 300 são tiradas da Versão dos Setenta, o que mostra o
uso da Bíblia completa pelos apóstolos.
Verificamos também que nos livros do
Novo Testamento há citações dos livros que os judeus nacionalistas da
Palestina rejeitaram. Por exemplo: Rom 1,12-32 se refere a Sb 13,1-9;
Rom 13,1 a Sb 6,3; Mt 27,43 a Sb 2, 13.18; Tg 1,19 a Eclo 5,11; Mt
11,29s a Eclo 51,23-30; Hb 11,34 a 2 Mac 6,18; 7,42; Ap 8,2 a Tb
12,15.
Nos mais antigos escritos dos santos
Padres da Igreja (patrística) os livros rejeitados pelos protestantes
(deutero-canônicos) são citados como Sagrada Escritura.
São Clemente de Roma, Papa, no ano de 95
escreveu a Carta aos Coríntios, citando Judite, Sabedoria, fragmentos
de Daniel, Tobias e Eclesiástico; livros rejeitados pelos protestantes.
Pastor de Hermas, no ano 140, faz amplo uso de Eclesiástico, e do 2 Macabeus;
Santo Hipólito (†234), comenta o Livro
de Daniel com os fragmentos deuterocanônicos rejeitados pelos
protestantes, e cita como Sagrada Escritura Sabedoria, Baruc, Tobias, 1 e
2 Macabeus.
Vários Concílios confirmaram isto: os
Concílios regionais de Hipona (ano 393); Cartago II (397), Cartago IV
(419), Trulos (692). Principalmente os Concílios ecumênicos de Florença
(1442), Trento (1546) e Vaticano I (1870).
Lutero, ao traduzir a Bíblia para o
alemão, traduziu também os sete livros (deuterocanônicos) na sua edição
de 1534, e as Sociedades Biblícas protestantes, até o século XIX
incluíam os sete livros nas edições da Bíblia.
“Pela Tradição torna-se conhecido à
Igreja o Cânon completo dos livros sagrados e as próprias Sagradas
Escrituras são nelas cada vez mais profundamente compreendidas e se
fazem sem cessar, atuantes.” (DV,8).
A Bíblia não define o seu catálogo; isto
é, não há um livro da Bíblia que diga qual é o índice dela. Assim, este
só pode ter sido feito pela Tradição dos apóstolos, pela tradição oral
que de geração em geração chegou até nós.
A Vulgata – O Papa São Dâmaso (366-384),
no século IV, pediu a S.Jerônimo que fizesse uma revisão das muitas
traduções latinas que havia da Bíblia. São Jerônimo revisou o texto
grego do Novo Testamento e traduziu do hebraico o Antigo Testamento,
dando origem ao texto latino chamado de Vulgata, usado até hoje.
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