Percebem-se, aqui e ali, algumas mulheres que, depois de doutrinadas a
rejeitar os filhos e o ambiente doméstico, a competir com os homens e a
disputar com eles o mercado de trabalho, finalmente descobrem que a maternidade
é sua vocação e que o lar é o seu lugar privilegiado.
Por Pe. Luiz Lodi
“Contra a natureza todos os esforços são vãos”[1]. Assim
dizia Leão XIII em 1891 referindo-se ao socialismo e sua pretensão de nivelar
todos os homens, desprezando suas diferenças naturais.
O mesmo se pode dizer hoje da ideologia de gênero, que pretende nivelar
homens e mulheres, negando que sejam naturalmente diferentes.
Percebem-se, aqui e ali, algumas mulheres que, depois de doutrinadas a
rejeitar os filhos e o ambiente doméstico, a competir com os homens e a
disputar com eles o mercado de trabalho, finalmente descobrem que a maternidade
é sua vocação e que o lar é o seu lugar privilegiado.
Um exemplo disso encontramos em Maria Mariana Plonczynski de Oliveira,
autora de “Confissões de mãe” (Ed. Agir, 2009). Deixando a fama que lhe dava a
televisão e o teatro, decidiu “ter filhos e cuidar deles”. Acerca do dogma
feminista da igualdade entre os sexos, ela afirma:
Não acredito na igualdade entre homens
e mulheres. Todos merecem respeito, espaço. Mas o homem tem uma função no mundo
e a mulher tem outra. São habilidades diferentes. Penso nesta imagem: homem e
mulher estão no mesmo barco, no mesmo mar. Há ondas, tempestades, maremotos. Alguém
precisa estar com o leme na mão. Os dois, não dá. Deus preparou o homem para
estar com o leme na mão. Porque ele é mais forte, tem raciocínio mais frio. A
mulher tem mais capacidade de olhar em volta, ver o todo e desenvolver a
sensibilidade para aconselhar. A mulher pode dirigir tudo, mas o lugar dela não
é com o leme[2].
Para as jovens, ela tem o seguinte recado:
Quero dizer às jovens do mundo de hoje
que existe uma pressão para que elas sejam autossuficientes profissionalmente,
sejam mulher e homem ao mesmo tempo, como se fosse a única forma de realização.
Para isso, elas têm de desenvolver agressividade, frieza – sentimentos que não
têm a ver com o que é ser mãe. O valor básico da maternidade é cuidar do outro,
doar, servir. Nada a ver com o mundo competitivo. Maternidade é tirar seu ego
do centro[3].
Outro exemplo é a jornalista e escritora italiana Costanza Miriano,
católica, mãe de quatro filhos e autora de “Sposati e sii sottomessa” (Casa-te
e sê submissa). Publicado em 2011, o livro dedicado às suas amigas tornou-se
um best-seller e já foi traduzido em língua espanhola. No ano
seguinte, publicou “Sposala e muori per lei” (Casa-te e morre por ela),
dedicado desta vez aos homens. O pano de fundo de ambos os livros é o seguinte
trecho da carta de São Paulo aos efésios:
Submetei-vos uns aos outros no temor de
Cristo. As mulheres estejam submissas aos seus maridos, como ao Senhor, porque
o homem é a cabeça da mulher, como Cristo é cabeça da Igreja e o salvador do
Corpo. Como a Igreja está sujeita a Cristo, estejam as mulheres em tudo
sujeitas aos seus maridos.
E vós, maridos, amai as vossas
mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, a fim de purificá-la
com o banho da água e santificá-la pela Palavra, para apresentar a si mesmo a
Igreja, gloriosa, sem mancha nem ruga, ou coisa semelhante, mas santa e
irrepreensível (Ef 5,21-27).
Em seu blog, Costanza explica o sentido da “submissão”:
Quando falamos – em voz baixa para
evitar o linchamento – de submissão, devemos sair da linguagem do mundo, que lê
tudo na ótica do domínio, do poder. O nosso Rei está na cruz, mas assim venceu
o único inimigo invencível, a morte. Também nós, portanto, devemos sair da
lógica do poder, invertê-la completamente. Antes de tudo porque a submissão não
vem da depreciação, não se escolhe [a submissão] porque se pensa não ter valor.
Depois, porque o fruto da escolha da mulher é o fato de que o homem estará
pronto a morrer por ela.
Quando São Paulo diz às mulheres que
aceitem estar embaixo, não pensa de modo algum de sejam inferiores. Antes, é ao
cristianismo que devemos a primeira verdadeira grande revalorização das
mulheres... A submissão de que fala Paulo é um presente, livre como qualquer
presente, senão seria uma taxa. É um presente espontâneo de si, feito por amor[4].
Um terceiro exemplo encontramos em Mary Pride, estadunidense, mãe de
nove filhos, ex-feminista radical e autora do livro “De volta ao lar”:
Com tudo o que andam falando sobre
liberação hoje em dia, as mulheres não estão conseguindo perceber que a esposa
que trabalha no laré a única mulher que realmente tem liberdade! Ela é sua
própria chefe durante as mesmas nove ou dez horas do dia em que outras mulheres
estão fazendo o que seus superiores ordenam. Ela pode organizar seus próprios
horários, tomar conta de seu próprio orçamento e se vestir como quer, sem ter
de cumprir normas de empresas. A esposa que trabalha no lar tem, até certo
ponto, liberdade para fazer o que deseja, ao passo que a esposa que trabalha
fora mal consegue ler um livro durante as horas de trabalho. Em vez do ambiente
frio e formal do escritório, a trabalhadora do lar serve seus ‘clientes’
diretamente, e diariamente ela recebe tangíveis recompensas por seu trabalho
(‘Humm! Este bolo está delicioso, mamãe!’).
Todos os esforços para promover a
liberação da mulher estão estabelecendo uma nova forma de escravidão — a esposa
reprimida[5].
As grandes mestras do feminismo estavam conscientes de que as mulheres,
deixadas a si mesmas, prefeririam ficar no lar e cuidar dos filhos. Pensando
nisso, assim escreveu Simone de Beauvoir (mulher de Jean Paul Sartre, filósofo
francês ateu) a sua amiga Betty Friedan:
Pensamos que nenhuma mulher deveria ter
esta opção. Não se deveria autorizar a nenhuma mulher ficar em casa para cuidar
de seus filhos. A sociedade deve ser totalmente diferente. As mulheres não
devem ter essa opção, porque se essa opção existe, demasiadas mulheres
decidirão por ela[6].
Algumas profissões extradomésticas são tradicionalmente ocupadas por
mulheres. Ao falarmos, por exemplo, na professora primária ou
naenfermeira, instintivamente usamos o feminino. Tais profissões
(magistério infantil, enfermagem) constituem uma extensão da função materna de
acolher. De fato, a mãe é a primeira educadora dos filhos e a primeira a cuidar
de suas doenças. No entanto, o lugar privilegiado – e insubstituível – da
mulher é o lar.
Se as mulheres resolverem sair em massa dos lares para o mercado de
trabalho, ocorrerão duas coisas: 1º) Elas desejarão não ter filhos ou ter
poucos filhos, o que causará uma queda da taxa de fecundidade da
população; 2º) Elas disputarão com os homens (que precisam sustentar suas
famílias) as vagas de emprego, o que causará um aumento da taxa de
desemprego[7].
Para concluir... e refletir
O cineasta Aaron Russo (†2007), entrevistado por Alex Jones, contou uma
conversa que teve com seu antigo amigo Nicholas Rockefeller (ou Nick). Este lhe
perguntou: “O que você pensa que é a liberação das mulheres?”. Aaron respondeu:
“As mulheres têm o direito de trabalhar e ganhar tanto quanto os homens,
exatamente como ganharam o direito de votar”. Nick começou a rir e disse: “Você
é idiota”. Aaron perguntou: “Por que eu sou idiota”? Nick respondeu:
Nós, os Rockefeller, é que começamos
esse movimento. Nós fundamos a liberação da mulher. Nós temos todos os jornais
e TVs, a Fundação Rockefeller... Quer saber por quê? Há duas razões básicas.
Uma delas é que não poderíamos taxar metade da população antes da liberação da
mulher. A segunda razão é que agora temos as crianças nas escolas em idade mais
jovem. Podemos doutrinar as crianças como pensar. Assim, isso quebra a família.
As crianças começam a olhar o Estado como a família. A escola, os funcionários
como sua família... não os pais ensinando a eles[8].
[2] MENDONÇA, Marta. Maria Mariana – “Deus quer o homem no
leme”. Época, 9 maio 2009, em http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI71872-15228,00-MARIA+MARIANA+DEUS+QUER+O+HOMEM+NO+LEME.html
[5] PRIDE, Mary. De volta ao lar: do feminismo à
realidade. Ourinhos: Edições Cristãs, 2006, p. 236.
[6] Citado por SOMMERS, Christina Hoff. Who Stole Feminism?,
Simon & Shuster, New York, 1994, p.257.
[8] Reflections and Warnings: An Interview with Aaron Russo,
2009 in: https://www.youtube.com/watch?v=8WNO3FMUuwA. Uma transcrição completa (em inglês) encontra-se em: https://sites.google.com/site/themattprather/Reading/aaron-russo/reflections-and-warnings-full-transcript
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