domingo, 17 de agosto de 2014

Solenidade da Assunção de Maria aos Céus. Evangelho e comentário do dia.


Evangelho do dia (Lc 1,39-56):

Naqueles dias, 39Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.

46Então Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o respeitam. 51Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. 54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. 56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa.

Homilia:

Conta-se que certa vez São Pedro foi chamado à atenção por Nosso Senhor porque estavam entrando muitas pessoas pela porta do céu. Jesus lhe disse: ‘Pedro, é preciso ser um pouco mais rigoroso’. São Pedro respondeu: ‘Senhor, não adianta. Eu posso até ser rigoroso aqui na porta do céu, mas a tua Mãe abre a janela e muitos estão passando por ela’”.
Esta piedosa anedota não tem o objetivo de fazer piada das verdades da fé, mas sim de promover a alegria própria de um cristão, que hoje tem muito a comemorar e do que se alegrar. Apesar das dificuldades da vida pelas quais todos passamos, quando celebramos a Assunção de Maria aos céus, nosso coração se enche de júbilo e de esperança.
1. Para os que nos acusam de idólatras de Maria, lembramos que esta festa tem um cunho profundamente cristológico: vemos em Maria se cumprirem as promessas de Cristo à humanidade:
a. “Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão. Porém, cada qual segundo uma ordem determinada: Em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda”. Quem pertencerá a Cristo mais do que aquela que lhe deu a humanidade? A partir da ressurreição do Senhor cremos na ressurreição de todos os que a Ele estiverem unidos. Pelo batismo somos todos membros do seu Corpo. Se com Ele morremos, nele todos ressuscitaremos (como ouvimos na segunda leitura).

b. “Eu vou, mas voltarei, para tomar-vos comigo, a fim de que lá, onde eu estiver, estejais também vós” (Jo 14,3). Não temos aqui morada permanente. Somos peregrinos. Quem compreende essa realidade tem uma postura de vida diferente em relação às pessoas e às coisas. Aqui não somos donos de nada. Somos apenas administradores daquilo que nos for confiado. Os que nos sentimos donos teremos um coração apegado. Os que nos sentirmos administradores nos sentiremos responsáveis, sim, mas conscientes de que prestaremos conta ao Dono verdadeiro sobre o que fizemos com o que nos foi confiado.

c. “O salário do pecado é a morte” (Rm 6,23). Aquela que, em previsão dos méritos de Cristo, foi preservada do pecado desde a sua concepção, não passou pela corrupção da morte, salário de quem peca. “Proclamamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, cumprido o curso de sua vida terrestre, foi elevada em corpo e alma à gloria celestial” (Pio XII, 1950, Munificenticimus Deus).

d. “Elevada em corpo e alma à gloria celestial”, Maria nos lembra hoje que não somente nossa alma é chamada à vida eterna, mas também nossos corpos, que no final dos tempos, ressuscitados, voltarão à unidade plena destruída pela morte. “Não sabeis vós que sois templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo” (1Cor 3,16-17). O mesmo cuidado e honra com que tratamos das coisas espirituais deve ser devotado ao nosso corpo: cuidado com a saúde, com a honra, com a dignidade do meu corpo e em relação ao corpo do meu irmão, que não é apenas um pedaço de carne ou um instrumento que está aí à minha disposição para ser explorado.

2. Sem desviar do cunho cristológico, da centralidade de Cristo, quando contemplamos em Maria o cumprimento das promessas do Senhor à humanidade, nosso coração enche-se de júbilo porque sabemos que no céu contamos com uma grande intercessora. Se pode-se dizer que Jesus tenha alguma fraqueza, o nome dessa fraqueza é Maria, que com sua autoridade moral própria de Mãe, advoga em nosso favor no momento do Juízo, e de todas as formas nos tenta abrir uma “janela” para podermos participar do banquete nupcial do Cordeiro.

3. Encerro esta homilia fazendo minhas as palavras de São Bernardo: Não afaste Maria de teus lábios e de teu coração. E para conseguires sua ajuda intercessora, não te afastes dos exemplos de sua virtude. Não te desencaminharás se a ela seguires; não desesperarás se a ela rogares; não te perderás se a ela contemplares. Se ela te segura pela mão, não cairás; se ela te protege, nada temerás; se ela te guia, não te fatigarás; e se ela te ampara, chegarás feliz ao porto seguro”.

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