Sobre a indescritível e pouco considerada virtude da paciência
Matt Groening
Por Rebecca Ryskind Teti
Estou me preparando para a viagem anual da família e reflito sobre a paciência. Não é uma virtude pequena. Os músicos cantam a coragem e os poetaa o amor, às vezes a fé ou a esperança, mas ninguém escreve poesias sobre a paciência.
Eis o que aprendi de um sábio amigo irlandês cheio de humor:
“A paciência é uma virtude;
use-a se a tem.
Raramente em uma mulher;
Nunca em um homem”
Quem perde a paciência afirma: “quero guerra, quero feridas”. O que significa: não peça por paciência, porque Deus não é a fada madrinha. Não pegará a varinha mágica e não fará a transformação sem dor. É preciso pedir para ser paciente, assim Ele lhe mandará as circunstâncias das quais você precisará para construir o seu caráter.
Nóa queremos verdadeiramente a paciência? Tenho vergonha e peço perdão quando sou impaciente com meus filhos. Odeio ver atitudes feias de mim mesma e gostaria de ser mais paciente, mas o que desejo verdadeiramente é que parem de me perturbar quando estou no meio de alguma coisa - como escrever um artigo sobre a paciência.
Kathleen von Schaijik observou recentemente: “Em toda idade, e de várias maneiras, somos tentados a rejeitar a liberdade que nos foi dada pelo Espírito Santo e nos colocarmos sob uma lei feita por nós. Resistimos à liberdade autêntica…”
Escreveu isso em um contexto diferente, mas vejo como verdadeiras as suas observações para a maneira como consideramos a virtude. Temos a tendência a reduzi-la às regras que precisamos seguir, perdendo de vista a grandeza e o propósito que tornaria aquilo que devemos fazer mais atraentes para nós - e já que é mais atraente, colocado em prática com maior facilidade.
O objetivo da paciência, por exemplo, é a alegria. Deriva da virtude da fortaleza e nos ajuda a levar sofrimentos de todo tipo sem tristeza de espírito, ou depressão de coração. Não podemos ter alegria sem paciência. O que é interessante, já que temos a tendência a pensar exatamente o contrário: terei alegria se deixar de colocar à prova a minha paciência!
A paciência de Deus deriva do Seu amor e da Sua misericórdia. Ele quer salvar cada um de nós. Quando permite que o joio cresça em meio ao trigo não está simplesmente protegendo o bem que poderia ser acidentalmente arrancado, nem está esperando o momento oportuno como o Montgomery Burns, dos desenhos animados, porque “a vingança é um prato que é servido frio”. O objetivo da paciência é adiar a condenação, na esperança de arrependimento e salvação.
Um dos melhores homens que eu já conheci é Herbert Romerstein, um judeu que foi comunista, mas depois se arrependeu. Nunca esquecerei o que disse quando minha mãe perguntou a fonte da sua incrível paciência e do seu bom humor nos debates com seus inimigos ideológicos - alguns dos quais tinha literalmente conspirado para assassiná-lo, como teria revelado depois o FBI. Parecia um pouco embaraçado com a pergunta, mas se levantou e disse: “Lembro sempre que sou um ex-comunista e que cada pessoa com a qual falei poderia ser um outro ex-comunista”.
Aquela humilde recordação de quem somos e onde vivemos nos dá aesperança para os outros e também a motivação para a paciência. Não é a virtude da repressão dos desejos, mas a capacidade de querer o bem para uma outra pessoa e lembrar que ele, ou ela, é meu irmão, ou minha irmã em Cristo, pelo menos em potencial.
Devemos ser pacientes porque queremos que todos os homens se salvem, e pensamos neles, falamos deles e interagimos com eles de maneira que reflitam esta verdade. Talvez seja por isso que o grande hino ao amor, que se encontra em Coríntios 13, elenca a paciência como a primeira qualidade da caridade. A paciência é a virtude de quem ama e se alegra com a existência do outro.
Rebecca Ryskind Teti é esposa, mãe e diretora dos programas femininos da Our Lady of Bethesda Retreat Center de Bethesda (Estados Unidos)
Estou me preparando para a viagem anual da família e reflito sobre a paciência. Não é uma virtude pequena. Os músicos cantam a coragem e os poetaa o amor, às vezes a fé ou a esperança, mas ninguém escreve poesias sobre a paciência.
Eis o que aprendi de um sábio amigo irlandês cheio de humor:
“A paciência é uma virtude;
use-a se a tem.
Raramente em uma mulher;
Nunca em um homem”
Quem perde a paciência afirma: “quero guerra, quero feridas”. O que significa: não peça por paciência, porque Deus não é a fada madrinha. Não pegará a varinha mágica e não fará a transformação sem dor. É preciso pedir para ser paciente, assim Ele lhe mandará as circunstâncias das quais você precisará para construir o seu caráter.
Nóa queremos verdadeiramente a paciência? Tenho vergonha e peço perdão quando sou impaciente com meus filhos. Odeio ver atitudes feias de mim mesma e gostaria de ser mais paciente, mas o que desejo verdadeiramente é que parem de me perturbar quando estou no meio de alguma coisa - como escrever um artigo sobre a paciência.
Kathleen von Schaijik observou recentemente: “Em toda idade, e de várias maneiras, somos tentados a rejeitar a liberdade que nos foi dada pelo Espírito Santo e nos colocarmos sob uma lei feita por nós. Resistimos à liberdade autêntica…”
Escreveu isso em um contexto diferente, mas vejo como verdadeiras as suas observações para a maneira como consideramos a virtude. Temos a tendência a reduzi-la às regras que precisamos seguir, perdendo de vista a grandeza e o propósito que tornaria aquilo que devemos fazer mais atraentes para nós - e já que é mais atraente, colocado em prática com maior facilidade.
O objetivo da paciência, por exemplo, é a alegria. Deriva da virtude da fortaleza e nos ajuda a levar sofrimentos de todo tipo sem tristeza de espírito, ou depressão de coração. Não podemos ter alegria sem paciência. O que é interessante, já que temos a tendência a pensar exatamente o contrário: terei alegria se deixar de colocar à prova a minha paciência!
A paciência de Deus deriva do Seu amor e da Sua misericórdia. Ele quer salvar cada um de nós. Quando permite que o joio cresça em meio ao trigo não está simplesmente protegendo o bem que poderia ser acidentalmente arrancado, nem está esperando o momento oportuno como o Montgomery Burns, dos desenhos animados, porque “a vingança é um prato que é servido frio”. O objetivo da paciência é adiar a condenação, na esperança de arrependimento e salvação.
Um dos melhores homens que eu já conheci é Herbert Romerstein, um judeu que foi comunista, mas depois se arrependeu. Nunca esquecerei o que disse quando minha mãe perguntou a fonte da sua incrível paciência e do seu bom humor nos debates com seus inimigos ideológicos - alguns dos quais tinha literalmente conspirado para assassiná-lo, como teria revelado depois o FBI. Parecia um pouco embaraçado com a pergunta, mas se levantou e disse: “Lembro sempre que sou um ex-comunista e que cada pessoa com a qual falei poderia ser um outro ex-comunista”.
Aquela humilde recordação de quem somos e onde vivemos nos dá aesperança para os outros e também a motivação para a paciência. Não é a virtude da repressão dos desejos, mas a capacidade de querer o bem para uma outra pessoa e lembrar que ele, ou ela, é meu irmão, ou minha irmã em Cristo, pelo menos em potencial.
Devemos ser pacientes porque queremos que todos os homens se salvem, e pensamos neles, falamos deles e interagimos com eles de maneira que reflitam esta verdade. Talvez seja por isso que o grande hino ao amor, que se encontra em Coríntios 13, elenca a paciência como a primeira qualidade da caridade. A paciência é a virtude de quem ama e se alegra com a existência do outro.
Rebecca Ryskind Teti é esposa, mãe e diretora dos programas femininos da Our Lady of Bethesda Retreat Center de Bethesda (Estados Unidos)
sources: Aleteia
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