Domingo, 23/02/2014.
Evangelho do dia (Mt 5,38-48):
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 38“Vós ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’
39Eu, porém, vos digo: Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda!
40Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto!
41Se alguém te forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele!
42Dá a quem te pedir e não vires as costas a quem te pede emprestado.
43Vós ouvistes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!’
44Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! 45Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre justos e injustos.
46Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa?
47E se saudais somente os vossos irmãos, o que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa?
48Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito!”
Homilia - trecho extraído do blog do Pe. Jaques Rodrigues:
Cristão, torna-te aquilo que és
7° Domingo do Tempo Comum – Ano A
Parafraseando o Bem-Aventurado João Paulo II, que tinha dito “Família, torna-te aquilo que és” (Cf. Exortação Apostólica Familiaris Consortio, n. 17), hoje a Igreja conclama: Cristão, torna-te aquilo que és! Pode parecer um contrassenso dizer “torna-te aquilo que és”. Se já és, como e por que tornar-se? Ora, o cristão, por essência é um ser novo, elevado da ordem natural à sobrenatural; de condenado a chamado à eternidade; de pecador a predestinado à salvação (Cf. Rm 8,29: «Os que ele distinguiu de antemão, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que este seja o primogênito entre uma multidão de irmãos»). Na essência, desde o batismo, em Cristo nos tornamos cristãos, outros cristos. Mas se essa potência à santidade habita em nós, sem sempre a atualizamos, nem sempre a manifestamos.
Daí a necessidade de recorrermos à graça para que, fazendo bom uso de nossa liberdade, nos tornemos em ato aquilo que somos em potência. Ao encerrar o capítulo 5 de seu Evangelho, São Mateus vai elencando as manifestações concretas de quem é discípulo de Cristo. Ao término das bem-aventuranças, há algumas semanas temos escutado sobre isso: ser sal da terra, luz do mundo, chamados ao exercício da liberdade de ação e, sobretudo de intenção e de coração. E hoje damos mais um passo na contemplação da identidade de um cristão, a fim de que nos tornemos o que somos: ir além do princípio “olho por olho, dente por dente”, oferecer a outra face, amar os inimigos, são coisas insensatas para o mundo. Mas «a sabedoria deste mundo é insensatez diante de Deus» (1Cor 3,19). Estamos no mundo mas não somos do mundo. Somos concidadãos dos santos, somos família de Deus (Cf. Ef 2,19), e somente com esse horizonte mais largo à nossa frente é que percebemos o quão breve e provisória é nossa peregrinação aqui. E se é breve e provisória, não pode ser desperdiçada com rancores, com apegos, com desejos de vingança – atitudes e sentimentos que nos corroem a alma, tornam amarga a vida e nos aprisionam o coração. Meus caros, tornemo-nos aquilo que somos. Sejamos santos como nosso Pai celeste é santo (Cf. Lv 19,21). Sejamos perfeitos como nosso Pai celeste é perfeito (Cf. Mt 5,48)! Não tenhamos receio de manifestar o que somos! Por fim, voltemos o olhar para Maria. «Ao passo que, na Santíssima Virgem, a Igreja alcançou já aquela perfeição sem mancha nem ruga que lhe é própria, os fiéis ainda têm de trabalhar por vencer o pecado e crescer na santidade; e por isso levantam os olhos para Maria, que brilha como modelo de virtudes sobre toda a família dos eleitos» (Lumen Gentium, n. 65). Como boa Mãe e Pedagoga, ela nos ajude a nos tornarmos aquilo que somos, como ela o fez. Amém.
Parafraseando o Bem-Aventurado João Paulo II, que tinha dito “Família, torna-te aquilo que és” (Cf. Exortação Apostólica Familiaris Consortio, n. 17), hoje a Igreja conclama: Cristão, torna-te aquilo que és! Pode parecer um contrassenso dizer “torna-te aquilo que és”. Se já és, como e por que tornar-se? Ora, o cristão, por essência é um ser novo, elevado da ordem natural à sobrenatural; de condenado a chamado à eternidade; de pecador a predestinado à salvação (Cf. Rm 8,29: «Os que ele distinguiu de antemão, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que este seja o primogênito entre uma multidão de irmãos»). Na essência, desde o batismo, em Cristo nos tornamos cristãos, outros cristos. Mas se essa potência à santidade habita em nós, sem sempre a atualizamos, nem sempre a manifestamos.
Daí a necessidade de recorrermos à graça para que, fazendo bom uso de nossa liberdade, nos tornemos em ato aquilo que somos em potência. Ao encerrar o capítulo 5 de seu Evangelho, São Mateus vai elencando as manifestações concretas de quem é discípulo de Cristo. Ao término das bem-aventuranças, há algumas semanas temos escutado sobre isso: ser sal da terra, luz do mundo, chamados ao exercício da liberdade de ação e, sobretudo de intenção e de coração. E hoje damos mais um passo na contemplação da identidade de um cristão, a fim de que nos tornemos o que somos: ir além do princípio “olho por olho, dente por dente”, oferecer a outra face, amar os inimigos, são coisas insensatas para o mundo. Mas «a sabedoria deste mundo é insensatez diante de Deus» (1Cor 3,19). Estamos no mundo mas não somos do mundo. Somos concidadãos dos santos, somos família de Deus (Cf. Ef 2,19), e somente com esse horizonte mais largo à nossa frente é que percebemos o quão breve e provisória é nossa peregrinação aqui. E se é breve e provisória, não pode ser desperdiçada com rancores, com apegos, com desejos de vingança – atitudes e sentimentos que nos corroem a alma, tornam amarga a vida e nos aprisionam o coração. Meus caros, tornemo-nos aquilo que somos. Sejamos santos como nosso Pai celeste é santo (Cf. Lv 19,21). Sejamos perfeitos como nosso Pai celeste é perfeito (Cf. Mt 5,48)! Não tenhamos receio de manifestar o que somos! Por fim, voltemos o olhar para Maria. «Ao passo que, na Santíssima Virgem, a Igreja alcançou já aquela perfeição sem mancha nem ruga que lhe é própria, os fiéis ainda têm de trabalhar por vencer o pecado e crescer na santidade; e por isso levantam os olhos para Maria, que brilha como modelo de virtudes sobre toda a família dos eleitos» (Lumen Gentium, n. 65). Como boa Mãe e Pedagoga, ela nos ajude a nos tornarmos aquilo que somos, como ela o fez. Amém.
Sejamos todos uma unidade orgânica, sem inimigos, mas no amor. Tudo por amor a Cristo!
ResponderExcluir