Para
nós, cristãos, a fugacidade do caminhar terreno deveria incitar-nos a
aproveitar melhor o tempo; nunca a temer Nosso Senhor, e muito menos a
olhar a morte como um final desastroso. Um ano que termina - já foi dito
de mil modos, mais ou menos poéticos - é, com a graça e a misericórdia
de Deus, mais um passo que nos aproxima do Céu, da nossa Pátria
definitiva. Ao pensar nesta realidade, compreendo perfeitamente a exclamação que São Paulo dirige aos de Corinto: Tempus breve est!,
como é breve a duração da nossa passagem pela terra! Para um cristão
coerente, estas palavras soam-lhe no mais íntimo do coração como uma
censura pela sua falta de generosidade e como um convite constante para
que seja leal. Verdadeiramente, é curto o nosso tempo para amar, para
dar, para desagravar. Não é justo, portanto, que o malbaratemos nem que
atiremos irresponsavelmente esse tesouro pela janela fora. Não podemos
desperdiçar esta etapa do mundo que Deus confia a cada um de nós. (…)
Há de chegar também para nós esse dia, que será o último e que não nos
causa medo: Confiando firmemente na graça de Deus, estamos dispostos
desde este momento, com generosidade, com fortaleza, com amor nos
pormenores, a acudir a esse encontro com o Senhor levando as lâmpadas
acesas. Porque nos espera a grande festa do Céu. (Amigos de Deus, 39-40) |
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