Para
seguir as pegadas de Cristo, o apóstolo de hoje não vem reformar nada, e
muito menos desentender-se da realidade histórica que o rodeia... -
Basta-lhe atuar como os primeiros cristãos , vivificando o ambiente.
(Sulco, 320) O que sempre ensinei — desde há quarenta anos — é que
todo o trabalho humano honesto, intelectual ou manual, deve ser
realizado pelo cristão com a maior perfeição possível: com perfeição
humana (competência profissional) e com perfeição cristã (por amor à
vontade de Deus e a serviço dos homens). Porque, feito assim, esse
trabalho humano, por mais humilde e insignificante que pareça, contribui
para a ordenação cristã das realidades temporais — a manifestação de
sua dimensão divina — e é assumido e integrado na obra prodigiosa da
Criação e da Redenção do mundo: eleva-se assim o trabalho à ordem da
graça , santificando-se, converte-se em obra de Deus, operatio Dei, opus Dei. Ao
recordar aos cristãos as palavras maravilhosas do Gênesis — que Deus
criou o homem para que trabalhasse —, fixamo-nos no exemplo de Cristo,
que passou a quase totalidade da sua vida terrena trabalhando numa
aldeia como artesão. Amamos esse trabalho humano que Ele abraçou como
condição de vida, cultivou e santificou. Vemos no trabalho — na nobre
fadiga criadora dos homens — não só um dos mais altos valores humanos,
meio imprescindível para o progresso da sociedade e para o ordenamento
cada vez mais justo das relações entre os homens, mas também um sinal do
amor de Deus para com as suas criaturas e do amor dos homens entre si e
para com Deus: um meio de perfeição, um caminho de santificação.
(Questões Atuais do Cristianismo, 10) |
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