segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

A ‘Virgen Blanca’ de Toledo: sublime união de almas entre a Santíssima Virgem e Jesus Menino








A primeira impressão que me causa essa imagem é a de um extraordinário relacionamento de alma entre Nossa Senhora e o Menino Jesus.

Ela exprime um destes momentos de familiaridade entre mãe e filho em que Ela brinca com o Filho.

Se esse relacionamento nunca admitisse um sorriso, não haveria verdadeiro convívio entre mãe e filho.

Por que razão?

Porque o menino tem qualquer coisa de débil que pede um sorriso.

Do contrário, estabelecer-se-ia uma barreira entre os dois, tornando impossível um dos modos mais elevados de comunicação espiritual.

Uma certa brincadeira entre Mãe e Filho converge neste ponto: a alma d’Ele sente-se misericordiosa e benignamente atendida naquilo que possui de mais débil; e a alma d’Ela manifesta-se mais delicada, afável e flexível em relação a Ele.

É um dos mais belos aspectos do estado de alma materno.

Quando se considera Nossa Senhora brincando com o Deus do Credo, Aquele que Ela sabe ser a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, que assumiu a natureza humana, podemos compreender o auge de veneração presente nesse convívio e o quanto esse sorriso é autêntico e não disfarçado.

Isso revela, a par da grandeza infinita, uma sublimidade, afabilidade e bondade que nos deixam desconcertados.

O sorriso nas relações entre mãe-filho apresenta-se muitas vezes de modo prosaico. Mas nesta imagem, pelo contrário, é nobilíssimo.

Mãe e Filho não perdem nada de sua dignidade.

Outro aspecto a ser ressaltado nessa escultura — que, a meu ver, é muito superior às estátuas gregas clássicas: Ela enquanto rainha, envergando uma coroa e tendo um príncipe nas mãos.

Uma obra-prima de castidade, porque desse relacionamento só almas castas são capazes.

Uma alma não muito casta não é capaz desse sorriso e o relacionamento transforma-se em vulgaridade.

Observem como Nossa Senhora, ao mesmo tempo em que olha para o Menino Deus, medita a respeito d’Ele.

Porque compete mais a Ela admirá-Lo do que Ele em relação à sua Mãe.

Qualquer pessoa se ajoelharia diante desta cena!


(Excertos de conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 26 de novembro de 1967.)

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