segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Conheça o poder do santíssimo nome de Maria e saiba por que devemos invocá-lo continuamente, especialmente em nossas maiores necessidades.



No dia 12 de Setembro, no qual celebramos a memória do Santíssimo Nome de Maria, vejamos quão poderoso é este nome e quais são os benefícios de invocá-lo com confiança. No início do Evangelho segundo São Lucas, temos esta passagem: “Et Nomen Virginis Maria – E o nome da virgem era Maria” (Lc, 1, 27). O fato de Lucas – que é considerado o “pintor” da Virgem, pois, além de lhe serem atribuídas pinturas de Nossa Senhora, escreveu as mais belas passagens marianas das Sagradas Escrituras – ter mencionado o nome de Maria no início da narrativa do mistério da Anunciação não é mero acaso.
Conheça o poder do santíssimo nome de Maria e saiba por que devemos invocá-lo continuamente, especialmente em nossas maiores necessidades.
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
O nome de Maria é digno de honra e veneração, tanto que na Anunciação o arcanjo São Gabriel saúda a Virgem, o único, caso nas Sagradas Escrituras, de um anjo saudando um ser humano. No entanto, o Arcanjo nem mesmo ousa chamá-la pelo nome, mas a chama de “cheia de graça” (Lc 1, 28), talvez por achar mais apropriado àquela que será a sua Rainha. Se os anjos honram a Virgem Maria, muito mais nós, que somos pessoas frágeis e pecadoras, temos o dever de honrar o seu nome. Dessa forma, ao honrar e venerar o santíssimo nome de Maria, cumpriremos a palavra profetizada por ela no Magnificat: “Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações” (Lc 1, 48).


Maria: nome de salvação, de esperança, de amor
O santíssimo Nome de Maria não foi encontrado na Terra, mas desceu do Céu e foi imposto a Virgem de Nazaré por ordem expressa de Deus, testemunham São Jerônimo, Santo Epifânio e outros santos. Também por disposição divina, o nome de Maria é, depois do de Jesus, superior a qualquer outro nome, e, assim como o de Jesus, é para nós um nome de salvação, de esperança, de amor. Sendo assim, se queremos alcançar muitas graças, somos todos chamados a invocar continuamente, especialmente nas nossas maiores necessidades, o santíssimo nome de Maria.

O nome de Maria é um nome de salvação porque, conforme a revelação feita pela Bem-Aventurada Virgem a Santa Brígida, quando o invocamos devotamente, afastam-se os demônios, e mais se chegam a nós os anjos bons, para nos defender contra os assaltos do inferno. A esse respeito, em um exorcismo, o próprio demônio fala de seu ataque aos exorcistas, mas, ao mesmo tempo, confessa a sua impotência diante das orações feitas em nome de Jesus e de Maria:
Muitas vezes consigo vingar-me neles [os exorcistas], punindo-os, fustigando-os, espancando-os, prendendo-os com tantas e variadas doenças, algumas mesmo graves. Mas, infelizmente não cedem, não cedem. E quando esses se aproximam das minhas presas, devo fugir. Mais cedo ou mais tarde devo fugir. Que orações que fazem e sempre em nome d’Aquele Deus e d’Aquela sua Senhora, Mãe do Crucificado! Oh, que dor, que tormento para mim![1]
O nome de Maria é terrível para os demônios, tanto que eles dificilmente pronunciam-no e, quando o fazem, dizem-no com grande dificuldade. Quase nenhuma outra coisa provoca tamanho tormento a Satanás quanto a invocação do nome de Maria. Em alguns exorcismos, foram registrados alguns desses raros momentos, nos quais percebemos o horror dessas criaturas diabólicas ao nome da Virgem Maria:
Noutros exorcismos, [o demônio] proferiu as seguintes expressões [a respeito de Maria]: Não posso olhar para aqueles olhos [de Maria], não posso olhar, não posso… não se descrevem, aquela beleza não se descreve. Ela é cheia de graça, ela é Santa, é Santa, aquela é Santa, aquela é Santa. Ela tira-me as almas (e começa a chorar). Olhai, olhai, olhai para a luminosidade do olhar de uma criança e vereis a pureza de Maria, a pureza, a pureza e o amor de Maria (esta foi uma das raríssimas vezes que, por entre contorções terríveis, pronunciou o nome de Maria)[2].
Noutra ocasião, o demônio exprimiu o poder da intercessão de Maria e a decisão de Deus de não conceder nenhuma graça à humanidade a não ser mediante a intercessão do seu Coração Imaculado[3]. Vos não sabeis, ou [talvez] até o saibais, mas não acreditais ou não tendes fé suficiente: é o Coração Imaculado de Ma…ar… i…a (pronuncia com um esforço tremendo este nome) que salvará o mundo inteiro. Só o seu Coração Imaculado[4].
Quanto às tentações contra a pureza, sabemos que o nome de Maria é poderoso e dá grande força para vencê-las. A esse respeito, São Pedro Crisólogo não hesita em dizer que o nome de Maria é indício de castidade: Nomen hoc indicium castitatis. Por isso, quem, na dúvida de ter consentido nas tentações, lembra-se de ter invocado o nome de Maria, tem um sinal certo de que não pecou contra a castidade.

O nome de Maria é um nome de esperança, pois através dele recebemos muitas graças. São Boaventura diz que este nome é tão cheio de graças, que não pode ser proferido sem comunicar alguma graça a quem devotamente o invoca. Assim como Jesus Cristo, com as suas cinco chagas, deu à humanidade o remédio para os seus males, a Virgem Maria, com o seu santíssimo nome, que é composto de cinco letras, alcança os bens celestes para nós todos os dias.

O nome da Santíssima Virgem é também um nome de amor, porque encerra certo quê de admirável, de suave, de divino. Santo Antônio de Pádua experimentava no nome de Maria a mesma doçura que São Bernardo no nome de Jesus, e dizia: “O nome desta Virgem Mãe é alegria no coração, mel na boca, melodia no ouvido dos seus devotos”[5]. O magnífico nome de Maria possui virtudes tão admiráveis que, ainda que o ouçamos mil vezes, sempre nos parecerá novo, e nos fará experimentar a mesma doçura. Por isso, exclamava o Bem-aventurado Henrique Suso: “Ó Nome suavíssimo! ó Maria! qual sereis vós mesma, se o vosso só nome é tão amável e gracioso?”[6]
Assista ou ouça programa do Padre Paulo Ricardo com o tema: “A Virgem Maria é onipresente? E os anjos? E os demônios? E os santos?”:
A invocação do poderoso nome de Maria
Em todos os momentos de nossas vidas, especialmente nos momentos de angústia, de dor, de sofrimento, recordemos sempre este excelente conselho de São Bernardo: “Em todos os perigos de perder a graça divina, em todas as angústias, em todas as dúvidas, pensemos em Maria, e invoquemos o seu nome com o nome de Jesus, porque andam sempre juntos estes dois nomes”[7].
Não afastemos nunca estes dois dulcíssimos e poderosíssimos nomes da nossa mente, do nosso coração, dos nossos lábios. Pois, invocando com confiança os nomes de Jesus e de Maria chegaremos seguros ao porto da eterna salvação. Entretanto, lembremo-nos sempre que, para obter o socorro através do grande nome de Maria, é necessário que imitemos os exemplos e as virtudes desta soberana Senhora.
São Luís Maria Grignion de Montfort nos recorda de uma verdade a respeito de Nossa Senhora que muitas vezes esquecemos: “Toda a terra está cheia de sua glória, particularmente entre os cristãos, que a tomam como padroeira e protetora em muitos países, províncias, dioceses e cidades. Inúmeras catedrais são consagradas sob a invocação do seu nome”[8].
Por todo o mundo temos muitas igrejas dedicadas ao santíssimo nome da Virgem Maria, sob seus mais diversos títulos. Apesar disso, nos esquecemos de invocar o santo nome de Maria. Consequentemente, deixamos de receber muitas graças de sua liberalidade. Sendo assim, invoquemos sempre, com confiança, o nome de Maria.
Assim, não nos esqueçamos de que o santíssimo nome de Maria é, depois do de Jesus, superior a todo outro nome, e, assim como o de Jesus, é para nos um nome de salvação, esperança e amor. Então, procuremos ter sempre o nome de Maria em nossos pensamentos, em nosso coração e em nossos lábios: “em todos os perigos, em todas as angústias, em todas as dúvidas invoquemo-lo sempre com o do seu divino Filho, dizendo: Jesus e Maria, salvai-me!”[9] Por fim, lembremo-nos sempre que, para experimentarmos todos os efeitos desse Nome, é necessário que imitemos as virtudes daquela que o possui, ou seja, da Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe!
Oração de Santo Afonso Maria de Ligório a Mãe do Perpétuo Socorro
Ó Mãe do Perpetuo Socorro, concedei-me a graça de invocar sempre o vosso poderosíssimo Nome; pois é ele o nosso auxílio na vida e a nossa salvação na morte. Ó Maria, puríssima e dulcíssima Virgem, fazei que o vosso Nome seja daqui em diante o alento da minha alma. Apressai-vos, ó Rainha, em socorrer-me sempre que vos invocar, pois, em todas as tentações que me assaltarem, em todas as necessidades que me oprimirem, jamais deixarei de chamar por vós, dizendo e repetindo: Maria! Maria! Que consolação, que doçura, que confiança, que ternura não sente a minha alma, somente com invocar-vos e até somente pensando em vós! Dou graças ao Senhor que, para o meu bem, vos deu esse nome tão suave, tão amável e tão poderoso. Não me basta, porém, só pronunciar o vosso Nome; quero pronunciá-lo com amor, pois é o amor que me lembrará de vos invocar com o título de Mãe do Perpetuo Socorro.
“Ó Deus onipotente, concedei-me propício que, assim como me alegro sob o Nome e a proteção da Santíssima Virgem Maria, mereça pela sua intercessão ser livre na terra de todos os males, e depois ser digno de possuir no céu os gozos eternos”[10].
Ó Virgem Maria, Mãe do Perpétuo Socorro, rogai por nós!
Natalino Ueda, escravo inútil de Jesus em Maria.

Referências e notas:

[2]  FRANCESCO BAMONTE. A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos, p. 62.
[3]  Evidentemente porque Deus quer que reconheçamos a tarefa materna que Nossa Senhora tem em nossa vida e na vida de toda a humanidade.
[4]  FRANCESCO BAMONTE. Op. cit., p. 97.
[5]  SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. Meditações para todos os dias do ano – Tomo III, p. 358.
[6]  Idem, ibidem.
[7]  Idem, p. 359.
[8]  SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT. Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem, 9.
[9]  SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. Op. cit., p. 357.
[10]  Idem, p. 359-360. Or. festi.

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