domingo, 9 de agosto de 2015

Leituras e homilética do domingo.

XIX Domingo do Tempo Ordinário

Comentário sobre a liturgia do Pe. Antonio Rivero, L.C., Doutor em Teologia Espiritual, professor e diretor espiritual no seminário diocesano Maria Mater Ecclesiae de São Paulo (Brasil)
Por Pe. Antonio Rivero
São Paulo, Região Sudeste, Brasil, 05 de Agosto de 2015 (ZENIT.org)
Ciclo B
Textos: 1 Re 19, 4-8; Ef 4, 30 – 5, 2; Jo 6, 41-51

19º DOMINGO Tempo Comum

Cor: Verde

1ª Leitura - 1Rs 19,4-8

Com a força que lhe deu aquele alimento,
caminhou até ao monte de Deus.

Leitura do Primeiro Livro dos Reis 19,4-8
Naqueles dias:
4 Elias entrou deserto adentro e caminhou o dia todo.
Sentou-se finalmente debaixo de um junípero
e pediu para si a morte, dizendo:
'Agora basta, Senhor! Tira a minha vida,
pois não sou melhor que meus pais'.
5 E, deitando-se no chão, adormeceu à sombra do junípero.
De repente, um anjo tocou-o e disse:
'Levanta-te e come!'
6 Ele abriu os olhos e viu junto à sua cabeça
um pão assado debaixo da cinza e um jarro de água.
Comeu, bebeu e tornou a dormir
7 Mas o anjo do Senhor veio pela segunda vez,
tocou-o e disse:
'Levanta-te e come!
Ainda tens um caminho longo a percorrer'.
8 Elias levantou-se, comeu e bebeu,
e, com a força desse alimento,
andou quarenta dias e quarenta noites,
até chegar ao Horeb, o monte de Deus.
Palavra do Senhor.

Salmo - Sl 33,2-3.4-5.6-7.8-9 (R. 9a)

R.Provai e vede quão suave é o Senhor!

2 Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,*
seu louvor estará sempre em minha boca.
3 Minha alma se gloria no Senhor;*
que ouçam os humildes e se alegrem! R.

4 Comigo engrandecei ao Senhor Deus,*
exaltemos todos juntos o seu nome!
5 Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu,*
e de todos os temores me livrou. R.

6 Contemplai a sua face e alegrai-vos,*
e vosso rosto não se cubra de vergonha!
7 Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido,*
e o Senhor o libertou de toda angústia. R.

8 O anjo do Senhor vem acampar*
ao redor dos que o temem, e os salva.
9 Provai e vede quão suave é o Senhor!*
Feliz o homem que tem nele o seu refúgio! R.

2ª Leitura - Ef 4,30-5,2

Vivei no amor, a exemplo de Cristo.

Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios 4,30-5,2
Irmãos:
30 Não contristeis o Espírito Santo
com o qual Deus vos marcou como com um selo
para o dia da libertação.
31 Toda a amargura, irritação, cólera, gritaria, injúrias,
tudo isso deve desaparecer do meio de vós,
como toda espécie de maldade.
32 Sede bons uns para com os outros,
sede compassivos;
perdoai-vos mutuamente,
como Deus vos perdoou por meio de Cristo.
5,1 Sede imitadores de Deus, como filhos que ele ama.
2 Vivei no amor, como Cristo nos amou
e se entregou a si mesmo a Deus por nós,
em oblação e sacrifício de suave odor.
Palavra do Senhor.

Evangelho - Jo 6,41-51

Eu sou o pão que desceu do céu.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 6,41-51
Naquele tempo:
41 Os judeus começaram a murmurar
a respeito de Jesus, porque havia dito:
'Eu sou o pão que desceu do céu'.
42 Eles comentavam:
'Não é este Jesus, o filho de José?
Não conhecemos seu pai e sua mãe?
Como então pode dizer que desceu do céu?'
Jesus respondeu:
'Não murmureis entre vós.
44 Ninguém pode vir a mim,
se o Pai que me enviou não o atrai.
E eu o ressuscitarei no último dia.
45 Está escrito nos Profetas:
`Todos serão discípulos de Deus.'
Ora, todo aquele que escutou o Pai
e por ele foi instruído, vem a mim.
46 Não que alguém já tenha visto o Pai.
Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai.
47 Em verdade, em verdade vos digo,
quem crê, possui a vida eterna.
48 Eu sou o pão da vida.
49 Os vossos pais comeram o maná no deserto
e, no entanto, morreram.
50 Eis aqui o pão que desce do céu:
quem dele comer, nunca morrerá.
51 Eu sou o pão vivo descido do céu.
Quem comer deste pão viverá eternamente.
E o pão que eu darei
é a minha carne dada para a vida do mundo'.
Palavra da Salvação.

Ideia principal: Sem fé é impossível entender, valorizar e se aproximar do banquete onde se serve para nós este Pão de vida eterna, que é Jesus.
Síntese da mensagem: Continua a catequese de Jesus sobre o Pão da Vida na sinagoga de Cafarnaum. Hoje Cristo nos pede fé para crer que Ele é o verdadeiro Pão da Vida que Deus envia à humanidade para saciar a sua fome. O que crer Nele terá a vida eterna.
Pontos da ideia principal:
Em primeiro lugar, a fé pode passar por momentos duros psicológicos, como aconteceu com o profeta Elias na primeira leitura de hoje. Elias, fugindo das ameaças de morte da rainha Jezabel, é vencido pelo medo e pela depressão, apesar de ter feito gala de coragem e de confiança na cena anterior. Esta imagem do profeta, tocando os limites da existência, resulta entranhável e comovedora. Não menos comovedores são os cuidados de Deus para como profeta, brindando-lhe comida e alento através de um anjo numa dupla cena que lembra a da torrente Querit. Já no deserto, a fuga de Elias se converte numa peregrinação ao Horeb, à montanha de Deus: “Fortalecido por esse alimento, caminhou quarenta dias e quarenta noites até a montanha de Deus, o Horeb”. Elias parece desbandar-se do caminho do povo em busca das origens da fé. Para nos aproximar e gostar do Pão da Eucaristia temos que vencer todos os obstáculos desde a fé e da confiança em Deus. Deus deu a Elias pão para comer, o que o encheu de energia. Assim também nós na Eucaristia.
Em segundo lugar, o Evangelho me convida a purificar a fé de outros obstáculos mentais. O povo, que seguiu Jesus até agora mais por interesse próprio do que por fé, começa a criticá-lo. Não estão preparados para crer e seguir as suas palavras, quando repreende neles a sua prudência humana e as suas ideias preconcebidas. Não é estranho à nossa experiência: tendemos também a eleger o que mais gostaríamos ou não gostaríamos crer. Jesus deixa bem claro que a fé é um presente de Deus: “Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o atrair”.  Temos que sentir a atração por Jesus! Caso contrário, qualquer espertão por ai, ou um carrossel psicodélico ou feira de praça atrairá mais a nossa atenção do que este Pão de vida eterna.  
Finalmente, e com a fé robustecida e purificada, então estamos preparados para comer deste Pão e a nossa alma terá vida; cresceremos na fé, esperança, amor a Deus; amor, justiça e solidariedade com os demais. Se comermos o Corpo de Cristo, não morreremos para sempre; viveremos para sempre depois da morte, pois a Eucaristia é penhor da glória futura. Na semana passada contemplamos a Eucaristia como sacrifício; sacrifício incruento de Cristo, atualizado na santa missa. Hoje damos um passo mais: a Eucaristia também é penhor da glória final. Quem a receber como corresponde, viverá para sempre. Não quer dizer, logicamente, que a recepção da Eucaristia vai nos libertar da morte corporal. Nós comungamos com frequência, e apesar de tudo um dia vamos morrer. Aqui se trata da morte espiritual, da morte eterna. O Pão que desce do céu nos liberta dessa morte e nos dá vida que não perece. Todo alimento nutre segundo as suas propriedades. O alimento da terra alimenta para o tempo. O alimento celestial, que é Cristo, Pão descido do céu, alimenta para a vida eterna. O nosso Horeb é o céu. Até ali, até esse limiar, acompanhar-nos-á o pão descido do céu.  
Para refletir: Quais são as minhas motivações para receber a Santa Comunhão? Desfruto do banquete da Eucaristia? Como está minha fé neste sacramento da Eucaristia?
Para rezar: Obrigado, Senhor, pela vossa Eucaristia que não só nos acompanha na nossa peregrinação ao céu, mas que, em certo modo, já desde agora semeia algo de “céu” no nosso interior. Senhor, dai-me consciência de que na Sagrada Comunhão vos recebo ressuscitado e glorioso; e me aplicas o fruto da vossa Paixão; e me comunicais o germe da vossa ressurreição. Quanta alegria me dá o que diz São Gregório de Nisa: “ao receber-vos, converteis-me em princípio de ressurreição, freando em Vós a decomposição da minha natureza”. Vós sois, Senhor, o remédio de imortalidade, como santo Inácio de Antioquia dizia. E eu creio nisso.   

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