quinta-feira, 18 de junho de 2015

Prestemos atenção ao significado dos dias festivos em que não há trabalho


São Paulo, Região Sudeste, Brasil, 03 de Junho de 2015 (ZENIT.org)
Mais um feriado! Período propício para o sossego e as viagens de recreio. Creio que pouca gente saiba o significado da festa católica de Corpus Christi. Mas, o problema não é exatamente o desconhecimento do que se comemora no dia 4 de junho. O problema reside na postura que vamos assumindo diante da vida: perdemos a semântica dos acontecimentos. Aliás, só subsistem dois acontecimentos básicos, prenhes de ampla significância espaço-temporal: o trabalho e o descanso.
Age quod agis!, exclamavam os latinos. A tradução literal seria “faze o que fazes”! Na verdade, o mundo contemporâneo suscita um elevado grau de alienação individual e societária e não sabemos mais o que fazemos. Tornamo-nos autômatos. Perdemos a substância das coisas e apenas somos conduzidos pela mola de uma  azáfama devastadora. Andam bem, por exemplo, os gaúchos tradicionalistas, os quais preservam costumes típicos e, desta feita, inoculam um forte sentido ao dia a dia.
Nós outros, os sempre ocupados das cidades grandes, tão somente sobrevivemos... Se, exemplificativamente, o calendário nos antolha o feriado de Tiradentes, raramente nos dispomos a rememorar a antiga lição da escola. Refiro-me, é claro, a uma memória eficiente ou ativa, que nos move para frente e alimenta o espírito de cidadania. Desejamos, isto sim, os dias de repouso e passeio. Que pena! Quanto tesouro lúdico-semântico malbaratado!
Afinal de contas, o que se celebra no Corpus Christi? Celebra-se a presença real de Jesus Cristo na hóstia consagrada na missa. Sob as aparências de pão e vinho, encontra-se deveras o “corpo físico” do Salvador do mundo. Um milagre! Já que essa solenidade, num país laico como o Brasil, se emoldura num feriado nacional, os católicos deveríamos ao menos participar dalgumas celebrações litúrgicas.
O milagre imane, vale dizer, o grande evento em nossa vida diz respeito à  ruptura entre os dois polos nefastos que atualmente delimitam e angustiam a existência humana: o trabalho e o descanso. Assim, quer no trabalho, quer no descanso, seremos capazes de inculcar sentido e valor onde só existia tedium vitae.

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