A Páscoa cria universalidade que gera unidade na diversidade, formando um só povo que se encontra na assembleia (Igreja), figura da glorificação celestial.
Por Diac. José Barbosa de Miranda
Brasília, 08 de Maio de 2015 (ZENIT.org)
Dando prosseguimento ao artigo anterior, veremos agora o que a catequese bíblica pode nos ajudar a compreender todo o período pascal, como extensão litúrgica da presença de Jesus entre seus discípulos. A Ressurreição é um evento tão sublime e revelador que perdura até o Pentecostes. Isso quer dizer que, neste período, são incluídos fatos cristológicos que não podem ser colocados lado a lado, como se fossem fragmentos, mas um todo que se conclui com a manifestação do Espírito Santo a todo o universo, no Pentecostes, depois da volta de Cristo ao Pai. Por isso, Ressurreição, Ascensão e Pentecostes nos introduzem a um único momento da glorificação e exaltação do Filho.
DA ASCENSÃO AO PENTECOSTES
Já vimos que Pentecostes compreende os cinquenta dias depois da Ressurreição do Senhor. Neste período entramos na intimidade de Cristo que se manifesta aos discípulos para confirmá-los na fé e fazer-lhes as últimas recomendações[1]. A solenidade da Ascensão acentua não só a segunda vinda do Senhor, mas também sua presença permanente entre nós, com a exaltação do homem, como rezamos na oração da coleta da missa da Ascensão, pois este deve elevar-se, com a graça de Deus, até a pátria celeste (oração sobre as oferendas). A celebração ferial da Ascensão, até o domingo de Pentecostes, constitui a preparação para a vinda do Espírito Santo Paráclito[2]. Os formulários das missas da semana recordam as promessas de Cristo a respeito da vinda do Espirito Santo. Desse modo a Igreja se incorpora aos discípulos de Jesus que, após a Ascensão “todos, unânimes, perseveravam na oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus, com os irmãos dele” [3].
Por isso, a Ascensão é a transferência do Corpo de Cristo glorificado para o céu, ou seja, para o mundo divino. Essa transferência é, ao mesmo, tempo corporal, exaltação final e saída do mundo material. Os textos bíblicos afirmam a exaltação de Jesus à direita do Pai[4]. Na Ascensão já antevemos a parusia, a segunda vinda de Jesus, quando seremos também nele glorificados[5]. Encontramos também uma resposta teológica na sua glorificação, quando ele sobe acima de todos para plenificar todas as coisas[6].
São Lucas, tanto no Evangelho como em Atos, nos fornece algumas características da parusia. A nuvem de Atos 1,9 é uma clara alusão à vinda do Filho do Homem sobre a nuvem que começa onde acaba a Ascensão, pois a Ascensão é um prelúdio necessário para a descida do Espírito Santo. Neste caso, a teologia de Lucas é idêntica à de João descrita no capítulo 14 sobre a vinda do Paráclito. A Ascensão de Jesus, em Lc 24,50s e At 1,3-1 é, na realidade, a última cristofania.
Em seguida a liturgia celebra a solenidade de Pentecostes, o guinquagésimo dia após a Ressurreição, o coroamento ou arremate do tempo pascal. Tem sua importância a partir do relato do capítulo dois de Atos. O impulso do dom do Espirito Santo dado à Igreja por Jesus imprime nela os carismas universais que lhes são próprios. Com a efusão do Espírito Santo a Igreja recebe poderes para se dirigir a todas as nações e ser entendida por elas, pois “O discurso às nações, na respectiva língua delas, visto neste evento, foi realmente cumprido na missão do grupo apostólico aos povos do mundo. Há, possivelmente, uma alusão implícita à história da torre de Babel, na qual a humanidade foi dividida pela diversidade de línguas. A unidade perdida é restaurada na Igreja, que fala todas as línguas, mas é uma única sociedade unificada” [7].
O discurso de Pedro, naquele dia, foi a primeira pregação do Evangelho. A Igreja se congrega pela ação do Espírito Santo. O relato de Lucas em Atos “resume num único evento a obra da primeira geração da Igreja, o Espírito que a inspirou e moveu e os frutos do Espírito operando na Igreja” [8]. O Pentecostes é a manifestação cósmica da Igreja. Os Apóstolos já haviam recebido o Espírito Santo no dia da Ressurreição[9], agora são todas as nações banhadas pelos dons do Espírito Santo.
NOSSA CATEQUESE
Tanto a Ascensão como o Pentecostes é um convite para sair de si mesmo e ir ao encontro do outro. Procurar o que tem sede de justiça e justiçá-lo, o que tem fome e alimentá-lo, o que é explorado com salários medíocres e reconhecer o seu valor produtivo, promover a mulher que é humilhada na sua dignidade e respeitá-la, acolher a criança que não tem amor e afagá-la, valorizar o idoso que é considerado pela sociedade como um peso morto e reconhecer a sua experiência de vida, pois ele é uma reserva de sabedoria.
A Catequese com Adultos precisa ter uma linguagem adulta, entrando no mundo dos adultos para que, instruídos e convertidos, queiram cristianizar o seu próprio mundo. É uma catequese experimentada e participada. Ela parte da realidade do adulto (afetividade, família, trabalho, comunicação, política, empresa) para confrontar com a Palavra de Deus expressa na Sagrada Escritura. O mundo é governado pelos adultos, por isso a fé deles deve ser esclarecida e estimulada pela fé entendida, assimilada e vivida, dando segurança aos jovens e a toda a sociedade[10].
O evento Ressurreição, Ascensão e Pentecostes formam um único mistério do amor marcado na vida de cada pessoa, convidando a um despertar e sair ao encontro consigo mesmo e com o outro. Esse encontro leva a falar a língua do próximo e compreender a realidade de cada um. A Páscoa cria universalidade que gera unidade na diversidade, formando um só povo que se encontra na assembleia (Igreja), figura da glorificação celestial.
DA ASCENSÃO AO PENTECOSTES
Já vimos que Pentecostes compreende os cinquenta dias depois da Ressurreição do Senhor. Neste período entramos na intimidade de Cristo que se manifesta aos discípulos para confirmá-los na fé e fazer-lhes as últimas recomendações[1]. A solenidade da Ascensão acentua não só a segunda vinda do Senhor, mas também sua presença permanente entre nós, com a exaltação do homem, como rezamos na oração da coleta da missa da Ascensão, pois este deve elevar-se, com a graça de Deus, até a pátria celeste (oração sobre as oferendas). A celebração ferial da Ascensão, até o domingo de Pentecostes, constitui a preparação para a vinda do Espírito Santo Paráclito[2]. Os formulários das missas da semana recordam as promessas de Cristo a respeito da vinda do Espirito Santo. Desse modo a Igreja se incorpora aos discípulos de Jesus que, após a Ascensão “todos, unânimes, perseveravam na oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus, com os irmãos dele” [3].
Por isso, a Ascensão é a transferência do Corpo de Cristo glorificado para o céu, ou seja, para o mundo divino. Essa transferência é, ao mesmo, tempo corporal, exaltação final e saída do mundo material. Os textos bíblicos afirmam a exaltação de Jesus à direita do Pai[4]. Na Ascensão já antevemos a parusia, a segunda vinda de Jesus, quando seremos também nele glorificados[5]. Encontramos também uma resposta teológica na sua glorificação, quando ele sobe acima de todos para plenificar todas as coisas[6].
São Lucas, tanto no Evangelho como em Atos, nos fornece algumas características da parusia. A nuvem de Atos 1,9 é uma clara alusão à vinda do Filho do Homem sobre a nuvem que começa onde acaba a Ascensão, pois a Ascensão é um prelúdio necessário para a descida do Espírito Santo. Neste caso, a teologia de Lucas é idêntica à de João descrita no capítulo 14 sobre a vinda do Paráclito. A Ascensão de Jesus, em Lc 24,50s e At 1,3-1 é, na realidade, a última cristofania.
Em seguida a liturgia celebra a solenidade de Pentecostes, o guinquagésimo dia após a Ressurreição, o coroamento ou arremate do tempo pascal. Tem sua importância a partir do relato do capítulo dois de Atos. O impulso do dom do Espirito Santo dado à Igreja por Jesus imprime nela os carismas universais que lhes são próprios. Com a efusão do Espírito Santo a Igreja recebe poderes para se dirigir a todas as nações e ser entendida por elas, pois “O discurso às nações, na respectiva língua delas, visto neste evento, foi realmente cumprido na missão do grupo apostólico aos povos do mundo. Há, possivelmente, uma alusão implícita à história da torre de Babel, na qual a humanidade foi dividida pela diversidade de línguas. A unidade perdida é restaurada na Igreja, que fala todas as línguas, mas é uma única sociedade unificada” [7].
O discurso de Pedro, naquele dia, foi a primeira pregação do Evangelho. A Igreja se congrega pela ação do Espírito Santo. O relato de Lucas em Atos “resume num único evento a obra da primeira geração da Igreja, o Espírito que a inspirou e moveu e os frutos do Espírito operando na Igreja” [8]. O Pentecostes é a manifestação cósmica da Igreja. Os Apóstolos já haviam recebido o Espírito Santo no dia da Ressurreição[9], agora são todas as nações banhadas pelos dons do Espírito Santo.
NOSSA CATEQUESE
Tanto a Ascensão como o Pentecostes é um convite para sair de si mesmo e ir ao encontro do outro. Procurar o que tem sede de justiça e justiçá-lo, o que tem fome e alimentá-lo, o que é explorado com salários medíocres e reconhecer o seu valor produtivo, promover a mulher que é humilhada na sua dignidade e respeitá-la, acolher a criança que não tem amor e afagá-la, valorizar o idoso que é considerado pela sociedade como um peso morto e reconhecer a sua experiência de vida, pois ele é uma reserva de sabedoria.
A Catequese com Adultos precisa ter uma linguagem adulta, entrando no mundo dos adultos para que, instruídos e convertidos, queiram cristianizar o seu próprio mundo. É uma catequese experimentada e participada. Ela parte da realidade do adulto (afetividade, família, trabalho, comunicação, política, empresa) para confrontar com a Palavra de Deus expressa na Sagrada Escritura. O mundo é governado pelos adultos, por isso a fé deles deve ser esclarecida e estimulada pela fé entendida, assimilada e vivida, dando segurança aos jovens e a toda a sociedade[10].
O evento Ressurreição, Ascensão e Pentecostes formam um único mistério do amor marcado na vida de cada pessoa, convidando a um despertar e sair ao encontro consigo mesmo e com o outro. Esse encontro leva a falar a língua do próximo e compreender a realidade de cada um. A Páscoa cria universalidade que gera unidade na diversidade, formando um só povo que se encontra na assembleia (Igreja), figura da glorificação celestial.
[1] Ver Jo 20,19-31; 21,1ss; Lc 24,35-48; Mt 28, 18-20.
[2] NUALC, n.26
[3] At 1,14
[4]At 7,55; Rm 8,34; Ef 1,20; 2,6;; Fl 2,9s; Cl 3,1; 1Pd 1,21; 1Jo 2,1
[5] Fl 3,20s; 1Ts 1,10; 4,16; 2Ts 1,7; Tt 2,13; Tg 5,7s; 1Pd 1,7.13; 4,13; 5,1; 1Jo 2,28.
[6] Ef 4,10
[7] John L. McKenzie, Dicionário Bíblico, verbete Pentecostes.
[8] Cf. mesma fonte anterior
[9] Jo 20,22
[10] Cf. Catechesi Tradendae n. 43
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