Três declarações de doutores em História e Sociologia sobre uma difamação
proposital
É sempre um gesto
de honestidade intelectual considerar os vários pontos de vista sobre um mesmo
assunto antes de sentenciar conclusões absolutas. No tocante à Idade Média, por
exemplo, abundam as visões deturpadas por ideologias lacistas que a reduzem a uma
era de pura ignorância e barbárie, capitaneada por uma Igreja católica
assassina e prostituída. É importante questionar essa absolutização. Há
especialistas no assunto que discordam enfaticamente dessa visão truncada sobre
aqueles mil anos da nossa história:
“Na visão da Idade
Média divulgada pelos historiadores e pelos escritores de dois séculos para cá,
medieval, feudal, senhorial constituem, mesmo em nossos dias, insultos ou
injúrias, como resultado de uma lenda urdida a partir do século XVIII e
sabiamente orquestrada pelos revolucionários franceses de 1789, pelos bonzos da
História e, sobretudo, pelos mestres do ensino público”.
Prof. Dr. Jacques
Heers, historiador francês especialista em história da Idade Média, diretor do
Departamento de Estudos Medievais da Universidade de Paris-Sorbonne IV; “Le
Moyen Age, une Imposture - Vérités et Légendes”, Perrin, Paris, 1993.
“A ideia de que a
Europa caiu numa 'Era das Trevas' é um boato espalhado por intelectuais
antirreligiosos e amarguradamente anticatólicos do século XVIII, que estavam
decididos a afirmar a superioridade cultural do seu próprio tempo e que
engrossavam a sua pretensão denegrindo os séculos passados como — nas palavras
de Voltaire — uma época em que a 'barbárie, a superstição e a ignorância
cobriram a face do mundo'. Afirmações como essas foram repetidas tão frequentemente
e tão unanimemente que, até muito pouco tempo atrás, dicionários e
enciclopédias aceitaram a 'Era das Trevas' como um fato histórico. Alguns
escritores até pareciam sugerir que o povo que viveu, digamos, no século IX,
descrevia seu próprio tempo como sendo de atraso e superstição.
Afortunadamente, nos últimos anos, estes pontos de vista ficaram tão
completamente desacreditados que até alguns dicionários e enciclopédias
começaram a se referir à noção de 'Era das Trevas' como sendo um mito”.
Prof. Dr. Rodney
Stark, professor norte-americano de Ciências Sociais e doutor em Sociologia
pela Universidade da Califórnia em Berkeley; “A Vitória da Razão”, Random
House, Nova Iorque, 2005.
“No Brasil, a Idade
Média ainda é citada por muitos néscios como um tempo de ignorância e barbárie,
um tempo vazio, um tempo em que a Igreja escondeu os conhecimentos que
naufragaram com o fim do Império Romano para dominar o 'povo'. [Segundo eles,]
nesse movimento consciente e ideológico em direção às trevas, o clero teve como
aliado principal a nobreza feudal. Juntos, nobreza e clero governaram com
coturnos sinistros e malévolos todo o ocidente medieval, que permaneceu assim
envolto em uma escuridão de mil anos, soterrado, amedrontado e preso à terra
num trabalho servil humilhante. Há quem ainda acredite piamente nesse amontoado
de tolices”.
Prof. Dr. Ricardo
da Costa, docente adjunto de História Medieval na Universidade Federal do
Espírito Santo.
Os papas João Paulo
II e Bento XVI também recordaram a governos e cidadãos que somos herdeiros de
um legado primoroso da Idade Média:
“Nós somos ainda os
herdeiros de longos séculos nos quais se formou na Europa uma civilização
inspirada pelo cristianismo (...) Na Idade Média, com certa coesão do
continente inteiro, a Europa constrói uma civilização luminosa da qual
permanecem muitos testemunhos”.
João Paulo II,
Discurso à Comunidade Europeia, Bruxelas, 21/05/1985.
“A fé cristã,
profundamente arraigada nos homens e nas mulheres destes séculos, não deu
origem somente a obras-primas da literatura teológica, do pensamento e da fé.
Ela inspirou também uma das criações artísticas mais elevadas da civilização
universal: as catedrais, verdadeira glória da Idade Média cristã. Com efeito,
durante cerca de três séculos, a partir do início do século XI, assistiu-se na
Europa a um ardor artístico extraordinário. Vários fatores contribuíram para
este renascimento da arquitetura religiosa. Em primeiro lugar, condições
históricas mais favoráveis, como uma maior segurança política, acompanhada por
um aumento constante da população e pelo progressivo desenvolvimento das
cidades, dos intercâmbios e da riqueza. Porém, foi principalmente graças ao
ardor e ao zelo espiritual do monaquismo em plena expansão que foram
construídas igrejas abaciais, onde a liturgia podia ser celebrada com dignidade
e solenidade, e os fiéis podiam deter-se em oração, atraídos pela veneração das
relíquias dos santos, meta de peregrinações incessantes".
sources: ALETEIA
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