Evangelho do dia (Mc 11,1-10):
Homilia:
Naquele tempo, 1quando se aproximaram de Jerusalém, na altura de Betfagé e de Betânia, junto ao monte das Oliveiras, Jesus enviou dois discípulos, 2dizendo: “Ide até o povoado que está em frente e, logo que ali entrardes, encontrareis amarrado um jumentinho que nunca foi montado. Desamarrai-o e trazei-o aqui! 3Se alguém disser: ‘Por que fazeis isso?’, dizei: ‘O Senhor precisa dele, mas logo o mandará de volta’”.
4Eles foram e encontraram um jumentinho amarrado junto de uma porta, do lado de fora, na rua, e o desamarraram.
5Alguns dos que estavam ali disseram: “O que estais fazendo, desamarrando esse jumentinho?”
6Os discípulos responderam como Jesus havia dito, e eles permitiram. 7Levaram então o jumentinho a Jesus, colocaram sobre ele seus mantos, e Jesus montou.
8Muitos estenderam seus mantos pelo caminho, outros espalharam ramos que haviam apanhado nos campos. 9Os que iam na frente e os que vinham atrás gritavam: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! 10Bendito seja o reino que vem, o reino de nosso pai Davi! Hosana no mais alto dos céus!”
Homilia:
A virtude da constância
Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor
Já nos demos conta de que um projeto sempre é cercado de entusiasmo? Seja em grupo ou isoladamente, a ideia nova empolga. Pode ser uma dieta, um programa de estudos, novos hábitos de vida ou de trabalho. No início, tudo parece fácil e proveitoso. Mas gradualmente as dificuldades surgem e começamos a esmorecer. Pouco a pouco perdemos o entusiasmo do princípio. Já não parece tão importante manter o padrão de comportamento eleito. A meta almejada esfumaça-se no horizonte e retornamos ao estado anterior.
Na vida espiritual não é diferente!
Quando ouvimos o chamado à vida de santidade, nos empolgamos, elaboramos um plano de vida, alimentamos propósitos e metas altas. Rezamos, nos mortificamos, nossas confissões e nossas eucaristias são feitas com espírito contrito e piedoso. Mas aí passam os dias, passam os meses, passam os anos, e como nos custa chegar ao estado em que gostaríamos, como nos custa a vencer nossos vícios, como nos custa largar aqueles pecados que já são quase de estimação, passamos da empolgação à rotina, da rotina à tibieza, e da tibieza à indiferença. E os que outrora eram propósitos de mudança, agora não passam de uma utopia que julgamos inalcançável.
Hoje a liturgia nos põe diante dos olhos a inconstância dos contemporâneos do Senhor, e porque não dizer, a nossa própria inconstância na fé.
Assim como no passado, hoje ainda muitas vezes o hosana entusiástico transforma-se num crucifica-o furioso; as aclamações ao Rei de Israel transformam-se em um não temos outro rei além de César; os ramos verdes logo secam e, em seu lugar, uma cruz é dada a Cristo; asflores da acolhida festiva logo dão lugar aos espinhos da coroa; os mesmos que estendemos as vestes pelo caminho, despimos o Senhor esorteamos suas roupas.
E por quê? Por que nos falta constância! A leviandade e a instabilidade nos trapaceiam, nos puxam o tapete. A onda do momento nos faz esquecer os ideais e princípios morais. Os valores relativizam-se. A opinião volátil da maioria nos convence. Sem disciplina nossa vida passa a flutuar ao sabor dos acontecimentos. O que parece mais fácil torna-se nossa opção. Nossos desejos mais profundos não passarão de sonhos sem qualquer substância. A aspiração de ontem é esquecida amanhã. De fantasia em fantasia, de sonho em sonho, a vida passa, e corremos o risco de ser uma contínua promessa não realizada.
O que fazer então?
O primeiro passo é reconhecermos em que somos inconstantes. Não conseguiremos progredir se não admitirmos que aqui ou ali nos faltará essa virtude.
O passo seguinte é suplicar ao Senhor que nos dê a graça da perseverança. Aí então, abertos à graça de Deus, caberá a nós correspondermos através da luta diária por adquirir a virtude da constância.
Por ocasião da leitura do decreto sobre a heroicidade das virtudes de Teresa do Menino Jesus, o Papa Bento XV fez a seguinte constatação:“O heroísmo da virtude supõe a constância e assiduidade nos atos”.
Hoje se abrem diante de nós as portas da Semana Santa. Serão dias em que se acenderão em nosso coração muitos santos propósitos. E estes não podem ficar só nas boas intenções. Não! Com certeza quereremos que esses santos propósitos se concretizem, se tornem virtudes, se tornem atos concretos e duradouros.
São Josemaría Escrivá nos anima:
“Quando se extinguem as labaredas do primeiro entusiasmo, avançar às escuras torna-se penoso. – Mas esse progresso, que custa, é o mais firme. E depois, quando menos esperares, cessará a escuridão e voltarão o entusiasmo e o fogo. – Persevera!” (Sulco n. 789).
Santa Maria nos acompanhará nesta Semana Santa e durante toda a caminhada da vida. Ela é um modelo excelso de constância, permanecendo ao lado de seu Filho nos momentos alegres, como nas Bodas de Cana, e nos momentos difíceis, como o veremos na Sexta-feira Santa. Por isso foi digna de participar também da alegria da Ressurreição e hoje reina gloriosa no céu. Haverá companhia melhor para nós durante esses dias em que meditaremos os mistérios de nossa redenção?
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