(Nm 6,22-27 / Sl 66(67) / Gl
4,4-7 / Lc 2,16-21)
A benção da Antiga Aliança, dada por Deus a Moisés,
é a promessa de que Ele acompanhará o seu povo e toda vez que este o invocar,
derramará a Sua benção. Esse bênção expressa o profundo amor de Deus por Seu
povo. Um amor que sustenta e gera uma descendência “tão numerosa quanto as
estrelas do céu”. (Cf. Gn 15,5). Esse amor, que brota da Trindade é um amor
fecundo e, a maternidade da mãe do Senhor, como diz von Balthasar, é
estabelecida e sustentada pela fecundidade divina.[1]
Maria é fecundada pela ação do Espírito Santo e
deixa-se guiar por essa mesma ação, gerando para o mundo o Salvador. Porém,
tudo isso só foi possível porque Maria soube escutar e acolher a Palavra de
Deus por meio do anúncio do anjo. O Evangelho de hoje nos diz que Maria
guardava no coração todas as coisas que eram ditas a respeito do menino. A mãe
parecia querer aprofundar-se no mistério de seu filho, que era, ao mesmo tempo,
filho de Deus.
Na carta aos gálatas lemos que “Deus enviou seu
Filho, que nasceu de uma mulher” (Gl 4,4). De fato, como afirmava veementemente
São Cirilo de Alexandria: “o Verbo vivo
subsiste, é gerado pela própria substância de Deus Pai, existe desde toda a
eternidade. Mas ele se encarnou no tempo e por isso pode-se dizer que nasceu da
mulher.”[2] Maria é Mãe de Deus, o Verbo que
assumiu a natureza e a história humana, o fez para nossa salvação. Pois
conforme Santo Irineu, “o que não foi assumido não foi redimido.”
Assim como a fecundidade do amor
de Deus gera uma grande descendência, a fecundidade de Maria também o faz. “No
momento em que Jesus, em Maria, se torna filho do homem, nós, filhos dos
homens, nos tornamos filhos de Deus. Uma vez que ele de filho se faz servo, nós
que éramos servos nos tornamos filhos: Já não és mais escravo, mas filho, nos
recordou São Paulo.”[3] Por meio de Maria uma multidão
adquire a filialidade divina em Jesus Cristo. Mais precisamente isso torna-se
evidente no batismo, quando nos tornamos filhos de fato, tendo Deus como Pai
amoroso e Maria por mãe, mãe do povo de Deus, mãe da Igreja, na qual somos
inseridos e sustentados.
Hoje nós podemos e devemos ser
imitadores de Maria. É necessário que acolhamos a Palavra de Deus, que nos
deixemos fecundar por essa Palavra. Meditar e guardar no coração as riquezas que
Jesus nos dá, para que possamos ser geradores de salvação através dessa Palavra
que habita em nós. E o melhor lugar para acolher essa Palavra, como lembrou
Bento XVI nesta mesma solenidade em 2010, é a celebração eucarística, afim de
que dela transborde ao mundo a caridade como salvação para todos que acolherem
esta palavra.
Rogai por nós Santa Mãe de Deus, para que no
ano de 2015 possamos acolher, aprofundar e proclamar com mais entusiasmo a
Palavra fecundada em nós!
Pe. Thalis Pagot
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