Evangelho do dia (Jo 1,1-18):
12Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome,13pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo.
14E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade. 15Dele, João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim”. 16De sua plenitude, todos nós recebemos graça por graça. 17Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. 18A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer.
Homilia:
Se quisermos viver em plenitude o mistério do Natal devemos fazer como São João: contemplar. E então, entre as dificuldades de nossa vida quotidiana, feita de hábitos, pensamentos, preocupações, entusiasmos, desilusões e fadigas, poderemos contemplar o espetáculo inaudito de um Deus que caminha conosco. Hoje. Sempre.
O Deus que ninguém viu agora se revelou, se doou, dando luz às nossas situações mais dramáticas, como outrora deu luz a uma mísera gruta na noite de Belém.
Nossos olhos, agora capazes de contemplar, verão o retorno de Deus em Sião, anunciado por Isaías na primeira leitura. Nossos ouvidos ouvirão Deus que falou nos templos antigos de tantos modos e que agora nos fala por meio do Filho, como nos diz o início da Carta aos Hebreus.
Dediquemos um templo à contemplação, e então este Natal não será somente mais um, mas será ocasião para fomentarmos o desejo do Natal futuro, quando o Senhor vier em sua glória. Deste Natal vindouro nos alegraremos os que formos capazes de contemplar o Natal de hoje, pois será acolhido pelo Senhor na glória do Céu aquele que souber contemplá-lo na humildade da manjedoura.
Santa Maria, Mãe do Menino Deus, nos conceda um coração contemplativo, como só um coração de mãe é capaz em relação ao seu filho. Amém.
1No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. 2No princípio estava ela com Deus. 3Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito.
4Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. 6Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. 7Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: 9daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano.
10A Palavra estava no mundo — e o mundo foi feito por meio dela — mas o mundo não quis conhecê-la. 11Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram.12Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome,13pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo.
14E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade. 15Dele, João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim”. 16De sua plenitude, todos nós recebemos graça por graça. 17Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. 18A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer.
Homilia:
“E nós contemplamos a sua glória”
Natal do Senhor – Missa do dia
Eis, finalmente, mais um Natal... Mais ou menos, segundo as tradições, chega o 25 de dezembro para suscitar nos corações do mundo as emoções mais belas, uma magia que contagia... e para fazer uma grande festa na qual, ano após ano, sempre mais pessoas se esquecem do verdadeiro Festejado.
Chega o Natal com muitas barrigas cheias e corações vazios. Chega o Natal dos presentes de último minuto, no qual muitos não dão um minuto de seu tempo ao verdadeiro Presente.
Mas – bendito seja Deus! – não é assim para os que estamos aqui. Estamos contados entre os poucos “heróis da resistência” que lutamos para não ceder ao compasso do mundo. A nossa fé não é um conjunto de emoções e sensações, como os pisca-piscas cuja luz intermitente vem e vai.
Hoje a Liturgia nos reserva o Prólogo do Evangelho de São João. Quando este Evangelho é escrito, já não é mais preciso recontar o nascimento do Senhor. Os cristãos do primeiro século já tinham sido informados por Mateus e Lucas sobre o que sucedera em Belém, já sabem de Maria e de José, dos anjos e dos pastores; já lhes tinham sido oferecidos os elementos essenciais do Natal. Agora chega a hora da contemplação do mistério. E enquanto muitos hoje festejam o Natal sem saber muito bem o porquê, queremos nós dedicar estes instantes para contemplar este mistério.
Hoje, mais do que nunca, precisamos do mesmo olhar de João: o olhar do crente que não se contenta com a emoção de estar diante de um Deus Menino, mas que o chama de “o Verbo da vida”, o sentido de tudo; o olhar de quem vê a estrela e não enxerga somente um sinal no céu, mas um reflexo da verdadeira Luza que ilumina todos os homens e o homem todo; o olhar de quem contempla O recém-nascido e não vê somente uma nova vida, mas a Vida mesma.
Precisamos retomar o hábito da contemplação e recobrar a capacidade de maravilhar-se! “O Verbo se fez carne, e habitou entre nós”. Está aqui o centro de tudo, este misterioso intercâmbio: Deus que se faz homem para colocar o homem ao lado de Deus.
Em uma de suas homilias da Missa de Natal, nosso Papa emérito Bento XVI nos convidava à humildade para tocar este mistério: “No curral de Belém tocam-se céu e terra. O Céu veio à terra. Por isso, de lá emana uma luz para todos os tempos; por isso lá se acende a alegria; por isso lá nasce o canto. [...] O céu não pertence à geografia do espaço, mas à geografia do coração. E o coração de Deus, na Noite santa, inclinou-se até ao curral: a humildade de Deus é o céu. E se formos ao encontro desta humildade, então tocamos o céu. Então a própria terra se torna nova. Com a humildade dos pastores, ponhamo-nos a caminho, [...] até junto do Menino no curral! Toquemos a humildade de Deus, o coração de Deus! Então a sua alegria tocar-nos-á a nós e tornará mais luminoso o mundo” (Homilia da Missa do Natal, 24 de dezembro de 2007).
São João contemplou de perto essa glória, e contemplar, no original grego, significa participar de perto de um evento espetacular. E é porque foi capaz de contemplar a grandeza de Deus na humildade de uma criança, que o discípulo amado foi também capaz de reclinar sua cabeça no peito do Senhor. Ele sabia o verdadeiro significado da graça de ter Deus tão perto, ao seu lado. Ele compreendeu o que significa dizer que Deus é Amor, e que o amor não o é se não se fizer presença.Se quisermos viver em plenitude o mistério do Natal devemos fazer como São João: contemplar. E então, entre as dificuldades de nossa vida quotidiana, feita de hábitos, pensamentos, preocupações, entusiasmos, desilusões e fadigas, poderemos contemplar o espetáculo inaudito de um Deus que caminha conosco. Hoje. Sempre.
O Deus que ninguém viu agora se revelou, se doou, dando luz às nossas situações mais dramáticas, como outrora deu luz a uma mísera gruta na noite de Belém.
Nossos olhos, agora capazes de contemplar, verão o retorno de Deus em Sião, anunciado por Isaías na primeira leitura. Nossos ouvidos ouvirão Deus que falou nos templos antigos de tantos modos e que agora nos fala por meio do Filho, como nos diz o início da Carta aos Hebreus.
Dediquemos um templo à contemplação, e então este Natal não será somente mais um, mas será ocasião para fomentarmos o desejo do Natal futuro, quando o Senhor vier em sua glória. Deste Natal vindouro nos alegraremos os que formos capazes de contemplar o Natal de hoje, pois será acolhido pelo Senhor na glória do Céu aquele que souber contemplá-lo na humildade da manjedoura.
Santa Maria, Mãe do Menino Deus, nos conceda um coração contemplativo, como só um coração de mãe é capaz em relação ao seu filho. Amém.
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