Vida de oração e vivência quaresmal
“Para mim, a oração é uma elevação do coração, um singelo olhar para o céu, um clamor de gratidão, o amor no meio da provação e da alegria” (Santa Teresinha do Menino Jesus). Precisamos retirar o nosso olhar de nós mesmos, consequência dos nossos pecados, e voltá-lo para Deus, em Quem cremos e estabelecemos um diálogo, por meio do Espírito Santo, de súplica e/ou ação de graças (Ef 5, 19ss). Nossa oração deve ser o “esvaziar-se de si”, rezando pela humanidade que sofre por não conhecer a Cristo. São Tiago nos exorta, quando diz: “Nada tendes, porque nada pedis. Pedis e não recebeis, porque pedis mal, pois o que pedis é para satisfazer as vossas paixões” (Tg 4,2-3).
Deus nos fez por amor e para amar, e através de seu Filho Jesus veio ao nosso encontro primeiro, sendo Ele que nos pede de beber (Jo 19,28). “Jesus tem sede, Seu pedido vem das profundezas do Deus que nos deseja. A oração, quer saibamos ou não, é o encontro entre a sede de Deus e a nossa. Deus tem sede que nós tenhamos sede dele” (CIC § 2560). A intimidade com Deus é existente desde a criação, quando Adão e Eva O conheciam apenas por seus passos (Gn 3,8).
No tempo litúrgico que vivemos – a Quaresma – é preciso que nós, como cristãos, deixemos transparecer para o mundo as características de uma alma orante: a confiança, a esperança, a humildade e a vigilância.
A confiança no Deus que nos socorre em meio às grandes tempestades e em nossos desertos, indo à nossa frente e combatendo por nós; pois, como disse Bento XVI, é “importante aquilo em que cremos, mas mais importante ainda é Aquele em que cremos”.
A esperança deve estar Naquele que venceu a morte e deu a vida por nós, levando-nos do pecado e dando-nos a vida eterna.
Com humildade, reconheçamos, simultaneamente, nossa pequenez, a grandeza e o senhorio de Deus em nossas vidas. Somos necessitados de Sua graça que nos sustenta.
Enfim, a vigilância para não cairmos na cultura mundana do ser, ter e poder. Sabendo que nada somos sem Aquele que nos amou; nada temos, pois não pertencemos a este mundo, no qual vivemos em um espaço temporal, mas fomos feitos para o que é eterno; e nada podemos por nossas forças, por sermos os mais fracos, os vasos de argila.
Só a oração nos proporcionará bem viver e assumir em nossas vidas nossa cristandade e catolicidade, ensinada por Jesus quando se retirava por muitas vezes para rezar. (cf. Lc 5, 16; 6, 12; 9, 18. 28-29; 11,1; 22, 41; cf. Mt 14, 23). Devemos testemunhar o Evangelho de Cristo com nossas vidas, fazendo dela oração; ouvir a voz e a vontade do Pai, pois só aquele que reza é capaz de ofertar o que é lícito.
Portanto, neste tempo de Quaresma, é preciso ter tempo para a oração, pois quem ama gasta tempo com o seu amado. Tempo de converter o nosso coração e nos arrepender, pedindo a Nosso Senhor uma vida nova. Peçamos a conversão de coração a partir de uma vida de oração profunda. Como disse Padre Pio de Pietrelcina, agora “reze, espere e confie”.
Eduardo Chaves Reis
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