domingo, 4 de setembro de 2016

Evangelho e homilia do XXIII Domingo do Tempo Comum


Evangelho do dia (Lc 14,25-33):


Naquele tempo, 25grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: 26“Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo.
28Com efeito, qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, 29ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: 30‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’
31Ou ainda: Qual o rei que, ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? 32Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz.
33Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!”

Homilia:


A construção de nossas torres

23º Domingo do Tempo Comum – Ano C
“Com efeito, qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: ‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’”.
Nos campos palestinos, no tempo de Jesus, a construção de torres de guarda, de vigilância, era muito comum. Para construí-las não era necessário muito dinheiro. Quase todos os proprietários de terras edificavam essas torres para que seus rebanhos e suas plantações fossem vigiadas contra os ladrões. Jesus não está se referindo a esse tipo de torre. Ele está fazendo referência às torres construídas para que se pudesse ser ressaltado diante do mundo, torres que permitiam à pessoa se “elevar” acima das outras. Quem quer ser visto, deve construir uma torre para mostrar seu poder, sua riqueza, para assim “subir” e dominar. Construir uma torre significa querer ser elevado, fazer-se notar como pessoa distinta.
O palácio de Herodes, por exemplo, tinha três célebres torres. O palácio era já construído na parte mais alta de Jerusalém, e as torres se destacavam ainda mais sobre todas as demais construções. Assim Herodes mostrava ao mundo a própria grandeza e poder.
Nos perguntemos: essas torres, quanto duram? São a imagem das torres com as quais nós procuramos nos elevar, alcançar as alturas, dominar o mundo, ter os outros abaixo de nós. Tais torres podem até nos manter nas alturas durante um tempo. Mas nos mantém lá para sempre? Ao desabarem tais torres, não desaba junto nossa vida, vida – e torre – que tanto trabalho nos deram para serem edificadas e erguidas?
Herodes mandou construir para si um monumento fúnebre em forma de torre, feita de mármore branco, edificada sobre uma colina que pudesse ser vista de Jerusalém – e, de fato, podia ser vista desde o monte das Oliveiras. Ele queria se fazer notar mesmo depois de morto!
Pois bem, Jesus fala da construção de uma torre – somos chamados, de fato, às alturas do céu. Mas nos adverte: “Está atento e calcula o valor da torre”. Todos nós temos o desejo de subir. E Jesus quer nos ajudar a fazê-lo de modo correto e duradouro. O Senhor não nos diz que não devemos construir uma torre para sermos vistos, mas nos adverte sobre o custo de uma torre que nos mantenha no alto. Ele nos adverte que a edificação de tal torre não é fácil: pode acontecer que fiquemos pela metade da construção, dado o seu custo.
E quanto custa construir uma torre verdadeiramente sólida, completa e que nos mantenha no alto não somente nesta vida, mas mesmo depois?
“Qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo”. Não renunciar somente esta ou aquela parcela da tua vida, dos teus pensamentos, dos teus pontos de vista. Nada do que usares de forma egoísta para construir torres segundo os critérios do mundo vai perdurar. O investimento que o Senhor pede para a edificação de uma torre que leve verdadeiramente até o céu e que não desabe jamais é o investimento integral do coração, a partir do qual serão gerenciados e relativizados todos os demais amores, por mais nobres que sejam. O preço é a tua vida. Queres ser elevado? Te rebaixa e serve. Queres estar por cima? Te coloca abaixo dos demais. Não estás disposto a fazer tal investimento? Viva a liberdade. Continua investindo nas torres que por hora até podem brilhar e se sobressair, mas o tempo cobrará seu preço também...
Qual o segredo da elevação de Maria em corpo e alma aos céus? “Eis aqui a serva do Senhor”! Não à toa ela é invocada, na Ladainha de Nossa Senhora, como Torre de Davi e Torre de marfim.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Acesse nosso programa semanal de rádio na Rádio Comunitária Caiense, das 12h30min às 14 horas e viva momentos de oração e alegria. A Rádio Comunitária Caiense fica na frequência 87.5 e você pode acessar o programa pelo computador, no site http://www.rcc.fm.br/! Esperamos você! Entre em contato pelo telefone também: (51) 3635-3152.