Entrevista com Pe. Alexandre Awi Mello, ISch, secretário do Papa Francisco na JMJ Rio 2013, e autor do livro-entrevista "Ela é Minha Mãe!, Encontros do Papa Francisco com Maria"
BRASíLIA, 14 de Julho de 2014 (Zenit.org) - Diretor nacional do Movimento de Shoenstatt no Brasil e assessor da Juventude de Shoenstatt, pe. Alexandre Awi Mello, ISch, padre de Shoenstatt, teve a possibilidade de entrevistar o Papa Francisco no dia 26 de Dezembro de 2013. A entrevista foi recentemente publicada por Edições Loyola com o título: "Ela é minha Mãe!, Encontros do Papa Francisco com Maria".
Nesse livro-entrevista o Papa Francisco descreve seus encontros com Nossa Senhora, desde sua infância até sua missão atual como Bispo de Roma. Fala de suas orações e devoções marianas preferidas e destaca a importância de Maria na vida da Igreja e dos cristãos, o valor dos santuários marianos e da piedade popular, o lugar da mulher na Igreja e muitos outros temas da atualidade.
ZENIT entrevistou o Pe. Alexandre Awi, que também foi secretário do Papa durante da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013. Acompanhe a entrevista abaixo e descubra o porquê de mostrar ao mundo o lado mariano do Papa Bergoglio.
***
ZENIT- O seu livro nasce também da sua relação de amizade com o Papa. Poderia contar-nos um pouco sobre qual tem sido a sua relação com Bergoglio?
Pe. Alexandre: Conheci o Cardeal Bergoglio durante a Conferência do CELAM em Aparecida em 2007. Fui designado como um dos secretários da Comissão de Redação do Documento Final, da qual ele era o Presidente. Trabalhamos lado a lado por uns vinte dias. Nos anos seguintes mantivemos contato epistolar. Já como Papa, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, recebi com grande surpresa seu convite para ser seu intérprete durante os dias que estaria no Brasil. Estive ao seu lado, mas não foi necessário traduzir nada, pois se comunicava muito bem. Já em Aparecida o experimentei como uma pessoa próxima, ao mesmo tempo paternal e fraterna, que não faz notar sua posição eclesial, mas tem o desejo de escutar e trabalhar junto. Como Papa não mudou em nada seu comportamento.
ZENIT- É um livro que fala de Maria Santíssima; e você é um sacerdote de Schoenstatt e mariólogo. Qual é a sua relação com ela?
Pe. Alexandre: Certamente é uma relação filial e muito pessoal. Entrego-me a ela como filho e peço-lhe que, como Mãe e Educadora, interceda o Espírito Santo para que eu possa assemelhar-me cada vez mais a seu Filho, ajudando o mundo a ser configurado à imagem dEle. Trata-se de uma relação de Aliança de Amor com ela, resumida no lema “nada sem nós, nada sem vós”. A Aliança é o centro da espiritualidade do Movimento de Schoenstatt, que está prestes a celebrar cem anos no próximo dia 18 de outubro. Meu amor a Maria me levou a estudar e ensinar sobre seu papel na história de salvação. Daí o interesse pela mariologia.
ZENIT- Por que mostrar ao mundo o lado mariano do Papa Francisco?
Pe. Alexandre: Desde sua eleição o mundo inteiro está fascinado pela pessoa do Papa Francisco. Todos têm interesse em conhecer um pouco mais sobre ele, sua vida, suas ideias, seu mundo interior. Falar sobre a relação dele com Maria é tocar um elemento muito importante não só da sua espiritualidade pessoal como também da sua visão e projeto de Igreja. É o que tento mostrar no livro. A ideia não foi minha, mas quando a Editora Loyola – sem saber que eu era mariológo – me propôs o desafio, percebi ali uma oportunidade de desvelar uma dimensão do mundo do Papa Francisco ainda pouco conhecida.
ZENIT- O que significa um livro "mais dirigido ao coração que à razão", como você mesmo descreve o seu livro?
Pe. Alexandre: Inicialmente queria escrever um texto teológico, mas a entrevista com o Papa me conduziu por outro caminho. Sem deixar de ser racional e teológico, ele falou com o coração sobre seus encontros pessoais com Maria e a importância dela para a fé cristã. Portanto o livro não poderia ter sido diferente. Mais que um estudo sobre Maria, é o testemunho da fé e do amor do Papa por Maria. Ele mesmo diz que se quisermos saber quem é Maria, devemos perguntar aos teólogos, mas se quisermos amá-la, perguntemos ao povo. Bergoglio é especialista em povo, daí o grande valor que dá à espiritualidade popular mariana. Após receber o livro pronto, o Papa me agradeceu justamente por eu ter escrito o livro com o coração.
ZENIT- Você entrevistou o Papa Francisco no dia 26 de Dezembro de 2013. As palavras do Papa aparecem na íntegra no livro? Nota-se que para cada afirmação do Papa você não se limitou somente a transcrever o que o Papa disse, mas também a contextualizar suas palavras. Qual foi o resultado? Digamos que uma obra mariológica?
Pe. Alexandre: Sim, as palavras do Papa aparecem na íntegra no livro. Inclusive aparecem destacadas em negrito. Contudo, como foi uma entrevista informal, percebi que era necessário contextualizar as afirmações, tanto do ponto de vista histórico, quanto teológico, agregando também outras citações de Jorge Bergoglio tanto como Papa como de outras etapas da sua vida. Por isso se trata também, de uma obra mariológica, sendo, porém, como explico no livro, uma “mariologia aplicada”. Aplicada à vida das pessoas, da Igreja e do próprio Papa. Espero ter conseguido este objetivo, mas só o leitor poderá dizê-lo.
ZENIT- O que o testemunho de amor à Maria do Papa Francisco pode contribuir para os cristãos e o mundo?
Pe. Alexandre: Maria não é uma pessoa supérflua na história da salvação. Sem ser o centro, foi colocada por designo divino junto ao centro desta história, chamada a dar seu sim na “plenitude dos tempos” (cf. Gl 4,4) e para colaborar ativamente na obra da redenção. Como diz o Fundador de Schoenstatt, Padre José Kentenich (1885-1968), Maria é a “companheira e colaboradora permanente de Jesus na obra da salvação”. Após sua assunção ao céu, Ela não abandonou sua missão, pois “com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna” e “cuida, com amor materno, dos irmãos de seu Filho” (cf. Lumen Gentium, n. 62). O Papa sabe disso e, ao longo do livro, procuro explicar o significado de Nossa Senhora para uma correta compreensão da Igreja, da mulher, da religiosidade popular, do serviço aos pobres e de outros temas de atualidade.
Nesse livro-entrevista o Papa Francisco descreve seus encontros com Nossa Senhora, desde sua infância até sua missão atual como Bispo de Roma. Fala de suas orações e devoções marianas preferidas e destaca a importância de Maria na vida da Igreja e dos cristãos, o valor dos santuários marianos e da piedade popular, o lugar da mulher na Igreja e muitos outros temas da atualidade.
ZENIT entrevistou o Pe. Alexandre Awi, que também foi secretário do Papa durante da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013. Acompanhe a entrevista abaixo e descubra o porquê de mostrar ao mundo o lado mariano do Papa Bergoglio.
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ZENIT- O seu livro nasce também da sua relação de amizade com o Papa. Poderia contar-nos um pouco sobre qual tem sido a sua relação com Bergoglio?
Pe. Alexandre: Conheci o Cardeal Bergoglio durante a Conferência do CELAM em Aparecida em 2007. Fui designado como um dos secretários da Comissão de Redação do Documento Final, da qual ele era o Presidente. Trabalhamos lado a lado por uns vinte dias. Nos anos seguintes mantivemos contato epistolar. Já como Papa, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, recebi com grande surpresa seu convite para ser seu intérprete durante os dias que estaria no Brasil. Estive ao seu lado, mas não foi necessário traduzir nada, pois se comunicava muito bem. Já em Aparecida o experimentei como uma pessoa próxima, ao mesmo tempo paternal e fraterna, que não faz notar sua posição eclesial, mas tem o desejo de escutar e trabalhar junto. Como Papa não mudou em nada seu comportamento.
ZENIT- É um livro que fala de Maria Santíssima; e você é um sacerdote de Schoenstatt e mariólogo. Qual é a sua relação com ela?
Pe. Alexandre: Certamente é uma relação filial e muito pessoal. Entrego-me a ela como filho e peço-lhe que, como Mãe e Educadora, interceda o Espírito Santo para que eu possa assemelhar-me cada vez mais a seu Filho, ajudando o mundo a ser configurado à imagem dEle. Trata-se de uma relação de Aliança de Amor com ela, resumida no lema “nada sem nós, nada sem vós”. A Aliança é o centro da espiritualidade do Movimento de Schoenstatt, que está prestes a celebrar cem anos no próximo dia 18 de outubro. Meu amor a Maria me levou a estudar e ensinar sobre seu papel na história de salvação. Daí o interesse pela mariologia.
ZENIT- Por que mostrar ao mundo o lado mariano do Papa Francisco?
Pe. Alexandre: Desde sua eleição o mundo inteiro está fascinado pela pessoa do Papa Francisco. Todos têm interesse em conhecer um pouco mais sobre ele, sua vida, suas ideias, seu mundo interior. Falar sobre a relação dele com Maria é tocar um elemento muito importante não só da sua espiritualidade pessoal como também da sua visão e projeto de Igreja. É o que tento mostrar no livro. A ideia não foi minha, mas quando a Editora Loyola – sem saber que eu era mariológo – me propôs o desafio, percebi ali uma oportunidade de desvelar uma dimensão do mundo do Papa Francisco ainda pouco conhecida.
ZENIT- O que significa um livro "mais dirigido ao coração que à razão", como você mesmo descreve o seu livro?
Pe. Alexandre: Inicialmente queria escrever um texto teológico, mas a entrevista com o Papa me conduziu por outro caminho. Sem deixar de ser racional e teológico, ele falou com o coração sobre seus encontros pessoais com Maria e a importância dela para a fé cristã. Portanto o livro não poderia ter sido diferente. Mais que um estudo sobre Maria, é o testemunho da fé e do amor do Papa por Maria. Ele mesmo diz que se quisermos saber quem é Maria, devemos perguntar aos teólogos, mas se quisermos amá-la, perguntemos ao povo. Bergoglio é especialista em povo, daí o grande valor que dá à espiritualidade popular mariana. Após receber o livro pronto, o Papa me agradeceu justamente por eu ter escrito o livro com o coração.
ZENIT- Você entrevistou o Papa Francisco no dia 26 de Dezembro de 2013. As palavras do Papa aparecem na íntegra no livro? Nota-se que para cada afirmação do Papa você não se limitou somente a transcrever o que o Papa disse, mas também a contextualizar suas palavras. Qual foi o resultado? Digamos que uma obra mariológica?
Pe. Alexandre: Sim, as palavras do Papa aparecem na íntegra no livro. Inclusive aparecem destacadas em negrito. Contudo, como foi uma entrevista informal, percebi que era necessário contextualizar as afirmações, tanto do ponto de vista histórico, quanto teológico, agregando também outras citações de Jorge Bergoglio tanto como Papa como de outras etapas da sua vida. Por isso se trata também, de uma obra mariológica, sendo, porém, como explico no livro, uma “mariologia aplicada”. Aplicada à vida das pessoas, da Igreja e do próprio Papa. Espero ter conseguido este objetivo, mas só o leitor poderá dizê-lo.
ZENIT- O que o testemunho de amor à Maria do Papa Francisco pode contribuir para os cristãos e o mundo?
Pe. Alexandre: Maria não é uma pessoa supérflua na história da salvação. Sem ser o centro, foi colocada por designo divino junto ao centro desta história, chamada a dar seu sim na “plenitude dos tempos” (cf. Gl 4,4) e para colaborar ativamente na obra da redenção. Como diz o Fundador de Schoenstatt, Padre José Kentenich (1885-1968), Maria é a “companheira e colaboradora permanente de Jesus na obra da salvação”. Após sua assunção ao céu, Ela não abandonou sua missão, pois “com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna” e “cuida, com amor materno, dos irmãos de seu Filho” (cf. Lumen Gentium, n. 62). O Papa sabe disso e, ao longo do livro, procuro explicar o significado de Nossa Senhora para uma correta compreensão da Igreja, da mulher, da religiosidade popular, do serviço aos pobres e de outros temas de atualidade.
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